MILHO: MERCADO DEVE SE AJUSTAR APÓS ALTA DE 5% NA BOLSA DE CHICAGO
São Paulo, 13/01/2014 – A alta dos preços futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) deve estimular os negócios no mercado interno nesta semana. Vendedores que dispõem do produto buscarão aproveitar oportunidades, ainda que os estoques em Mato Grosso já estejam bem enxutos. Como as propostas de compra precisarão ser ajustadas ante os preços sinalizados até a sexta-feira, participantes não esperam forte movimentação hoje. Após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos surpreender o mercado e estimar a safra de milho do país em 353,7 milhões de toneladas, abaixo das 355,3 milhões de t esperadas em dezembro e das 357,3 milhões de t projetadas pelo mercado, os contratos futuros do cereal dispararam na CBOT. O contrato março fechou na sexta-feira com alta de 5%, a US$ 4,3275 por bushel.
A estimativa do governo norte-americano levou em conta uma área cultivada de 35,51 milhões de hectares, com produtividade de 9,97 toneladas por hectare, abaixo das 10 t/ha esperadas no levantamento de dezembro. Foi ajustada para cima a projeção para o uso de milho pelo setor de ração – de 132 para 134,6 milhões de toneladas – e para uso na produção de etanol – de 125,7 para 127 milhões de t. O volume a ser exportado pelo país foi mantido em 36,8 milhões de t e os estoques finais reduzidos para 41,4 milhões de t.
A projeção do USDA para a safra de milho no Brasil permaneceu inalterada em relação à estimativa de dezembro, em 70 milhões de toneladas. No caso da produção de milho argentina, o USDA reduziu sua estimativa para 25 milhões de toneladas, ante 26 milhões de toneladas no relatório de dezembro.
No mercado interno, os novos números para a safra só começam a influenciar hoje. Em Sorriso, no centro-norte de Mato Grosso, na sexta-feira era possível fechar acordos entre R$ 15/saca e R$ 16/saca, mas o interesse de venda era pontual. “Depois dos leilões, as multinacionais continuaram tirando grãos para o mercado interno, enviando para Nordeste e Sul”, apontou corretor da região. O agente relatou ter ouvido os últimos negócios a R$ 13/saca e R$ 14/saca no fim do ano, para retirada na região.
Já em Primavera do Leste, no sul do Estado, na sexta-feira rodaram menos de 1 mil toneladas a R$ 17,50/saca. Alguns vendedores aceitavam negociar para liberar espaço à soja, enquanto outros pediam R$ 18/saca, contou um corretor. Como o sul mato-grossense não foi incluído nos leilões de subsídio para estimular a comercialização, ainda há cereal nos estoques e essa garantia de oferta pressiona as cotações. Os preços recuaram ante dezembro, quando rodaram lotes entre R$ 18/saca a R$ 18,50/saca.
No Paraná, o corretor José Gilmar de Oliveira, da Safra Sul, de Ponta Grossa, contou que vendedores pediam R$ 25/saca na região, mas compradores ofereciam R$ 24/saca. No norte do Estado os negócios estavam fluindo a R$ 24/saca. No Porto de Paranaguá, era possível fechar contratos a R$ 28,50/saca na sexta-feira. No dia anterior, um vendedor de Londrina comercializou 2 mil toneladas a esse valor.
Clima – Frentes frias eram esperadas para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, provocando chuvas nos três Estados. Em Santa Catarina, os volumes acumulados poderiam atingir 100 mm até terça-feira no sul do Estado.
Em São Paulo, o ar quente e úmido e a aproximação de uma nova frente fria causam mais precipitações até amanhã. Entre os dias 15 e 19 de janeiro, a chuva volta a cair de forma irregular e sem volumes expressivos. Já em Minas Gerais, uma massa de ar seco deveria ganhar força, afastando o risco de chuvas significativas.
Em Goiás, os volumes de chuva cresceriam entre domingo e quinta-feira, mas de forma bem localizada. Na Bahia, a previsão era de chuva irregular. Os maiores volumes ocorreriam no litoral, entre 20 e 40 mm até domingo. A partir de segunda-feira, só pancadas de chuva eram esperadas para o Estado.
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO MERCADO INTERNO
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Cepea/Agência Estado