Depois de alcançar os melhores patamares de preços em cinco meses, o mercado internacional da soja exibe uma ligeira correção técnica na manhã desta quarta-feira (19) na Bolsa de Chicago.

O mercado, nesta terça-feira (18), conseguiu romper alguns alvos colocados pelos analistas, como os US$ 13,50 para o vencimento março, por exemplo, frente, principalmente aos problemas com a seca no Brasil que ameaçam a safra 2013/14. As perdas, para alguns especialistas e consultorias, poderiam chegar a 5 milhões de toneladas.

Paralelamente, o mercado ainda considerou a marcante força da demanda mundial, principalmente pelo produto dos Estados Unidos, onde a oferta é bastante escassa. Os embarques de soja norte-americanos já superam 34 milhões de toneladas contra a projeção de exportações feita pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 41,1 milhões de toneladas.

Assim, por volta das 7h30 (horário de Brasília), as posições mais negociadas da commodity procuravam se manter próximas da estabilidade, com pequenas perdas de menos de 1 ponto. O contrato março, nesse momento, valia US$ 13,60 por bushel e o maio, referência para a safra do Brasil, US$ 13,47.

Os futuros do milho e do trigo também operavam estáveis, com pequenas oscilações entre os lados positivo e negativo da tabela.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja sobe mais de 20 pts e alcança melhores patamares em 5 meses

A terça-feira (18) foi bastante positiva para o mercado internacional da soja e as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago encerraram o dia com altas superiores a 20 pontos na sessão regular. Assim, os contratos registram os melhores patamares em cinco meses. O vencimento março/14, o mais negociado nesse momento, fechou o pregão valendo US$ 13,61 por bushel, enquanto o contrato maio/14, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 13,47.

O movimento de avanço do mercado foi estimulado por uma combinação de fatores positivos, segundo explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora. Do lado da demanda, os compradores mantêm um ritmo contínuo e crescente e a procura é grande tanto pelo produto norte-americano quanto para o brasileiro.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou, nesta terça-feira, seus números dos embarques de soja e indicaram que, no acumulado do atual ano comercial, o volume já supera as 34 milhões de toneladas. A projeção do departamento das exportações para toda a temporada são de 41,1 milhões de toneladas. Além disso, as exportações, ou o total de soja dos EUA já comprometida, passa de 43 milhões de toneladas.

Esses dados confirmam que o consumo mundial ainda se foca na oferta vinda dos Estados Unidos, porém, no Brasil, os prêmios estão positivos para o vencimento março – de 15 centavos sobre o valor praticado em Chicago – confirmando a força e a presença da demanda pela oleaginosa nacional. No Porto de Rio Grande o preço da saca chegou a atingir os R$ 73,00. Em Paranaguá, os valores variavam entre R$ 71,50 e R$ 72,00.

Sobre a oferta, o mercado observa uma escassez que se agrava a cada dia nos Estados Unidos e, na América do Sul, condições climáticas adversas ameaçam colheitas que inicialmente eram projetadas como recordes. E as informações sobre a consolidação das perdas por conta da seca chegam cada vez mais com mais força ao mercado internacional.

“O mercado fora do Brasil começa a receber informações de perdas mais acentuadas em razão da seca. As últimas chuvas foram esparsas, de baixas volumes e, em algumas regiões nem foram registradas precipitações”, explica Motter. “Isso reflete em Chicago e temos os fundos participando mais ativamente na ponta compradora, vivendo os melhores momentos da temporada”, completa.

O economista acredita que a quebra na safra brasileira em função da seca podem chegar a 5 milhões de toneladas. Consultorias como a Oil World, por exemplo, e a AgRural já reduziram suas estimativas para a produção do Brasil para, respectivamente, 85 milhões e 87 milhões de toneladas. No Brasil, a seca se estende em importantes estados produtores como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Em muitos locais faltam chuvas há mais de 40 dias e as plantas já passam por um severo stress hídrico e têm, dia a dia, seu potencial produtivo sendo reduzido.

Argentina – Enquanto no Brasil as lavouras sofrem com uma severa estiagem e temperaturas muito elevadas, na Argentina o problema agora, após também sofrer com uma seca, é o excesso de umidade. A agência Reuters, os grandes volumes de chuvas que foram registrados na Argentina nas últimas semanas poderiam reduzir a produtividade da soja. Os altos acumulados têm favorecido o surgimento de doenças, fato que acende uma luz amarela sobre a oferta argentina que chegará ao mercado.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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