Como se previu no início desta semana, nem São Paulo escapou de nova baixa no preço do frango vivo. Inalterado na segunda-feira, ontem (29) o preço do produto não encontrou sustentação. Houve recuo de mais cinco centavos (pela quarta vez em cinco dias de negócios) e o produto disponibilizado foi negociado por R$2,20/kg, mas seguindo com vendas por valores inferiores.

Minas Gerais – que até terça-feira da semana passada operava com o mesmo valor referencial de São Paulo (R$2,40/kg) – também enfrentou ontem seu quinto recuo em cinco dias de negócios. No entanto, como dois desses recuos foram de 10 centavos, a cotação do frango mineiro recuou para R$2,05/kg, mantendo um diferencial de 15 centavos a menos em relação ao produto de São Paulo.

Em função dos novos retrocessos, a cotação referencial registrada tanto em São Paulo como em Minas Gerais se encontra cerca de 14% abaixo da registrada 30 dias atrás, no encerramento de março. O preocupante é que toda essa redução ficou concentrada em menos de uma semana, no final de abril. A que atribuir esse comportamento?

De acordo com relatos de mercado, findo o Verão e normalizadas as temperaturas, a produtividade do setor aumentou significativamente, traduzindo-se principalmente em menor mortalidade das aves em criação e muito maior ganho de peso diário. Ou seja: a oferta pode ter aumentado em relação a fevereiro e parte de março, meses em que o Verão extremo ocasionou grandes brechas na oferta de frangos.

Porém, em contrapartida, firma-se a hipótese de que o total de frangos (número de cabeças) atualmente em criação é inferior ao de 30 ou 60 dias atrás, podendo corresponder, também, em valores reais, ao menor volume dos últimos 18 meses.

A indicação nesse sentido vem do alojamento interno de pintos de corte que, de acordo com dados levantados pela APINCO, somou 497 milhões em março passado, ficando 5% aquém do que foi alojado em março de 2013 e equivalendo, em valores reais (isto é, considerado o número de dias do mês) a uma redução de quase 7% sobre o total alojado em fevereiro. Ou seja: se a produtividade aumentou, o número de cabeças que vem sendo abatidas caiu, um fator neutralizando o outro.

Então, qual é a causa efetiva dessas baixas? O final de mês combinado com a forte conjunção de feriados nas últimas três semanas é, sem dúvida, uma delas. Mas a principal talvez esteja na exaustão do consumidor, cujo poder aquisitivo vem sendo corroído pela inflação.

Teoricamente, as baixas do frango devem cessar em maio, quando começa a se encerrar o período “de safra” da carne bovina. Mas se o problema estiver no consumidor, o comportamento pode fugir ao padrão sazonal. E isso solicita a máxima atenção do setor produtivo, pois os custos de produção continuam em elevação.

FONTE AviSite

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