O prédio da Funai em Humaitá, no Amazonas, foi incendiado na noite de quarta-feira (25) em protesto contra o desaparecimento de três cidadãos do município dentro de uma área indígena. A Polícia Federal tem indícios de que os homens foram sequestrados e mortos por índios Thenharim em represália à morte por atropelamento de um dos caciques da tribo. A Funai local levantou a suspeito de que o cacique tivesse sido vítima de assassinato e exacerbou os ânimos dos índios (veja aqui). Os três homens foram vistos pela última vez dia 16 de dezembro.
Luciano Ferreira Freire, representante do Atacadão Manaus, Stef Pinheiro, professor de Apuí, e Aldeney Ribeiro Salvador, funcionário da Eletrobrás Amazonas Energia seguiam, com outras duas pessoas não identificadas, de Humaitá para o quilômetro 180, onde fica a comunidade Santo Antônio do Matupi, no município de Manicoré.
Revoltada, a população ateou fogo ao prédio da Funai em Humaitá e ameaça destruir outros prédios públicos caso a Funai não dê uma resposta sobre o desaparecimento dos não índios. Carros também foram queimados e virados nas ruas. Diversos policiais já foram feridos.
Estimativas de moradores dão conta de que, pelo menos, cinco mil pessoas participem dos protestos. Indígenas que estavam em Humaitá se refugiaram no prédio do 54º Batalhão de Infantaria de Selva, sob a proteção do Exército.
Desde a tarde de terça-feira (24), familiares e amigos dos homens desaparecidos interditaram a balsa que faz a travessia, pelo rio Madeira, de Humaitá para o Apuí, e o protesto se intensificou na tarde de quarta, com a junção de outras centenas de pessoas.