Protegidos pelo Exército os indígenas da etnia Tenharim retomaram a cobrança ilegal de pedágios na Rodovia BR 230. Os índios montaram novamente posto de pedágio. A estrutura foi feita de madeira. As antigas barreiras de pedágio foram incendiadas, na sexta-feira (27), por moradores da cidade de Apuí e do distrito de Santo Antônio de Matupi, regiões no Sul do Amazonas cortadas pela rodovia, durante protestos que cobram buscas por um grupo desaparecido na área. Os manifestantes acreditam que os índios sequestraram os três homens.

A estrutura do pedágio é feita de madeira e o valor cobrado depende do tamanho do veículo que passa pelo local. O motorista de um caminhão pode chegar a pagar a quantia de R$ 70 para continuar trafegando pela estrada.

Os moradores das proximidades da Transamazônica informaram que os índios deslocam a barreira de lugar em diferentes momentos do dia. Na tarde deste domingo (29), a estrutura estava montada nas proximidades do km 130 da rodovia.

A cobrança ilegal de pedágio feita pelos índios desde 2006 é uma das principais razões das animosidades entre os índios e a população local. Tanto a Funai, quanto o Ministério Público, sabem da cobrança, sabem que ela é ilegal, mas são coniventes.

No sábado o Ministério Público entrou com uma ação em favor dos índios. Ontem, domingo, a Justiça aceitou a ação do MP e deu 24 horas para que a Funai erga barreiras para proteger os índios. A decisão não faz qualquer referência à cobrança criminosa de pedágio, nem aos três homens sem etnia desaparecidos na reserva tenhariam.

Em razão dessa decisão relâmpago da Justiça a força-tarefa, formada por homens das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar do Amazonas, Força Nacional de Segurança e Exército, escoltar hoje (30), logo depois do almoço, alguns ônibus com um grupo de 120 índios tenharim, até as aldeias, que ficam ao longo da BR 230. A proteção foi solicitada pela Presidência da Funai.

O Estado levou 15 dias para iniciar as buscas pelos três homens sem etnia desaparecidos e só iniciou a operação de busca depois de uma revolta popular, mas levou apenas dois dias para determinar proteção aos indígenas que voltaram a praticar, com proteção do Estado, o ato ilegal de cobrar pedágio.

A população sem etnia percebe a injustiça e o tratamento diferenciado dado pelo Estado brasileiro a cidadão com e sem etnia definida.

Enquanto isso, em Roraima, o paradigma atropológico atual expõe sua falência:

Funai recolhe Yanomami bêbados em Boa Vista

Matéria de Amilcar Junior com fotos de Antônio Diniz publicada no Jornal Folha de Boa Vista relata que a Funai iniciou na tarde de ontem o recolhimento de vários índios Yanomami que haviam se instalado em barracos ao lado da Feira do Produtor, na capital de Roraima. Os Yanomamis têm uma Terra Demarcada com mais de 10 milhões de hectares.

A informação foi repassada ao jornalista por feirantes, que aproveitaram para reclamar da permanência dos indígenas perambulando, pedindo comida e tomando cachaça no local. “Dá pena de ver a situação. Famílias inteiras de índios embriagados, perturbando a nossa freguesia. Ainda bem que a Funai já os levou para suas comunidades”, relatou Francisco Campos, 39 anos, vendedor de banana na Feira do Produtor.

No domingo passado, o jornal havia registrado diversos indígenas embriagados próximos ao muro da feira. Havia inclusive um menino de 11 anos com um copo de cachaça numa mão e um cigarro na outra. Em meados deste ano, a Folha fez uma reportagem especial sobre a migração forçada dos indígenas de suas comunidades para a Capital. A matéria também mostrou os altos índices de alcoolismo que acomete os indígenas, a violência sofrida e praticada por eles e principalmente a falta de políticas públicas, o que estaria provocando a migração. Na ocasião, índios entrevistados de várias etnias justificaram a migração alegando que não havia mais condições de se viver nas aldeias. Segundo eles, faltava até comida.

E com a miséria instalada nas comunidades, abandonadas pelo poder público, os indígenas não viam outra saída, a não ser migrar para a Capital, onde a maioria logo se tornava alcoólatra. Após o relato dos feirantes, o jornalista percorreu os locais mais frequentados pelos índios, nos bairros São Vicente e 13 de Setembro, na zona Sul, e Raiar do Sol, zona Oeste. A equipe não encontrou nenhum perambulando, nem em botecos. Moradores próximos informaram que a Funai teria passado e levado-os em um microônibus.

Na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), na saída da cidade pela BR-174 sentido Norte, zona rural, o jornalista constatou uma grande quantidade de indígenas. Alguns ainda desembarcavam de uma van. Funcionários atenderam a reportagem, mas disseram que não tinham autorização para gravar entrevista. Servidores da Funai informaram ao jornal que o coordenador regional, André Vasconcelos, estaria viajando. (Íntegra da matéria na Folha de Boa Vista: Funai ‘recolhe’ índios após morte).

 

O silêncio eloquente de Miriam Leitão

Credibilidade zero

No ultimo dia 24 de dezembro a jornalista Miriam Leitão publicou em sua página um texto no qual comemorava o início da operação militar que expulsará milhares de pequenos agricultores pobres do Maranhão das terras que ocupam. Miram afirmou em sua nota, dirigida ao público urbano do eixo Rio-São Paulo, que já “há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 família”.

Se fosse verdade a informação já seria um absurdo, uma vez que o Governo pretende expulsar 1220 famílias já cadastradas pelo Incra. Assentar 60 implicaria largar 1160 famílias na rua da amargura. Mas é pior, a informação é falsa.

Quem vive fora do eixo Rio-São Paulo e conhece a questão indígena do Maranhão de perto sabe que essa área não existe. A premiada jornalista Miriam Leitão simplesmente mentiu em sua coluna com o objetivo claro de dar uma demão de moralidade ao ato imoral do Estado de expulsar milhares de famílias pobres de suas casas. Miriam Leitão, não apenas apoia essa imoralidade, como deseja que seu leitores também apoiem. Por isso mentiu descaradamente em sua coluna.

Truco

No mesmo dia o Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão, José Hilton Coelho de Souza, publicou uma Nota Oficial da entidade que representa os produtores rurais do Estado desafiando Miriam a dizer onde ficava a tal “há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 família”.

Sabem o que Miram Leitão fez? Respondeu? Disse onde ficava a área?

Nada. Miram Leitão não disse nada. Calou-se.

Calou-se porque a tal área não existe. Calou-se porque mentiu. Calou-se porque tentou, e provavelmente conseguiu, manipular os seus leitores.

Eis aí a credibilidade de Miriam Leitão.

Leia também: Federação de Agricultura do Maranhão acusa Miriam Leitão de mentir sobre desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá

Fonte: Blog Questão Indígena

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