O telefone não para de tocar na Câmara de Comércio Germano-Iraniana desde que seis potências mundiais chegaram a um acordo com Teerã para aliviar o isolamento econômico da República Islâmica em troca da redução do programa nuclear iraniano.

A Alemanha, que já foi a maior parceira comercial do Irã, tem um especial interesse nesse país com localização estratégica, enormes reservas de gás e petróleo, necessidade urgente de modernizar a infraestrutura e uma população jovem, de 76 milhões de habitantes.

“Estamos falando o dia todo com companhias interessadas em fazer negócios com o Irã”, disse Michael Tockuss, diretor da Câmara de Comércio.

Na prática, será necessária mais cautela. O acordo preliminar selado em Genebra, no domingo, que garante um alívio das sanções ao Irã num montante de até 7 bilhões de dólares, ainda pode desandar após dez anos de desconfiança e rancor, levando a sanções ainda mais profundas e prejudicando qualquer investimento mais apressado.

O acordo, com duração de seis meses, inclui acesso a possíveis transações de 1,5 bilhão de dólares em ouro e metais preciosos, a suspensão de algumas sanções ao setor automobilístico iraniano e às exportações petroquímicas, além de abrir formas de enviar e receber pagamentos para o comércio de itens humanitários, incluindo remédios e equipamentos médicos.

Os Estados Unidos, sob pressão de parlamentares céticos a respeito do acordo e diante da implacável oposição de Israel, minimizam a hipótese de uma bonança empresarial para o Irã.

“Não vemos na base de um acordo de seis meses as empresas se apressando para entrarem… e vamos cumprir de forma muito vigorosa a vasta maioria das sanções, que continuarão em vigor”, disse um alto funcionário do governo dos EUA antes das negociações.

Mas ele admitiu: “Não há dúvida de que algumas empresas irão voltar ao Irã”.

Tockuss disse que há “não só apetite da Alemanha — empresas norte-americanas também estão muito interessadas, particularmente em áreas como equipamentos médicos. Um dos mais importantes aspectos do acordo é o canal financeiro que estabelece”.

Ele também listou fornecedores de autopeças, fabricantes de máquinas e firmas de infraestrutura como possíveis beneficiários.

Embora produtos humanitários, como remédios, estejam isentos de sanções, na prática esses suprimentos foram afetados porque bancos e empresas receiam em fazer negócios com Teerã. Isso agora poderá começar a mudar, ampliando o fluxo de medicamentos ocidentais para o país.

Fonte:Reuters

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