O Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) decidiu nesta quarta-feira começar a reduzir os estímulos monetários nos Estados Unidos a partir de janeiro. A redução nas compras de ativos mensais, atualmente em US$ 85 bilhões, começará em US$ 10 bilhões.

A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não foi unânime entre os participantes do comitê. O placar terminou em 9 a 1.

O grupo anunciou ainda a manutenção da taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano.

Leia a notícia na íntegra no site do Valor Econômico.

NO ESTADÃO:

Dilma espera por ‘tempestade’ na economia com fim de estímulos dos EUA

Presidente, no entanto, diz que Brasil está preparado; Mantega e Tombini preferem que injeção mensal de US$ bilhões nos mercados acabe logo

A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta manhã de quarta-feira, 18, em entrevista a rádios de Pernambuco, que o mercado se acostumou com a política expansionista do governo norte-americano, que injeta US$ 85 bilhões por mês no mercado, e previu uma “tempestade” quando os estímulos forem retirados, provavelmente no próximo semestre.

Com a melhora nas condições econômicas nos Estados Unidos, o mercado acredita que o fim dos estímulos aos mercados promovidos pelo Fed desde 2008 podem chegar ao fim nesta quarta. Mesmo que não seja anunciado ainda em 2013, em 2014 o desfecho é dado como certo.”Nós estamos extremamente preparados para quando o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) começar a reduzir os estímulos”, ponderou. “O BC (brasileiro) está atento para o que está acontecendo com a política monetária dos EUA e isso vai acontecer momentaneamente; a tempestade começa e passa.”

A presidente repetiu o discurso de que o Brasil está preparado, tem dívida líquida em 35% do PIB – citou que a da França está acima de 100% – e que a inflação está sob controle e fechará pelo décimo ano dentro da meta.

“Temos tido grande volume de investimento estrangeiro direto no Brasil, somos o terceiro ou o quarto no mundo. Temos reservas internacionais e sabemos usá-las e não há nada que não possamos fazer para passarmos esse período”, afirmou.

Dilma retomou o tema sobre o fim da política expansionista dos Estados Unidos e repetiu que “o Brasil nunca esteve tão preparado” para enfrentá-la, reafirmando “que pode ter tormenta, (com a retirada dos estímulos pelo Fed) mas queremos que seja rápida e não tenha efeitos graves”. “Vamos enfrentar tranquilamente o momento de dificuldade e com a frieza que a tranquilidade dá”, completou.

Mantega e Tombini ansiosos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira, 18, que a possível decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de reduzir estímulos deve gerar volatilidade nos mercados e que ele gostaria que o banco central americano fizesse logo o anúncio.

“Eu até gostaria que fizessem isso logo, porque a expectativa e a incerteza causam turbulência no mercado. Não é bom deixar o mercado esperando quando vai ser”, disse. Mantega lembrou que há a possibilidade de o anúncio ocorrer hoje, quando há reunião do Fed.

Após dizer que 2014 começará com efeitos positivos da economia internacional, Mantega afirmou que há “um problema na recuperação da economia americana”, que é a mudança de política do Fed. “Com a recuperação da economia americana, torna-se mais próximo o momento em que o Fed vai reduzir estímulos”, disse. O ministro afirmou que a autoridade americana coloca hoje US$ 85 bilhões na economia americana e deverá reduzir isso para US$ 75 bilhões. Depois, deve haver redução gradual.

“Não significa encolher liquidez do sistema internacional, ainda vai sobrar, mas haverá alguma redução e isso, no momento da implantação, poderá causar alguma volatilidade no mercado cambial”, disse. Mantega acrescentou que não se sabe de quanto será a volatilidade. “Os mercados antecipam, uma parte já esta no preço. Então depende do que for anunciado”, disse.

O ministro afirmou, ainda, que o Brasil está “muito bem calçado” para quando ocorrer o anúncio do Fed. “A volatilidade vai e volta. Pode ter valorização momentânea do dólar e depois ele volta”, disse. “Temos aqui os instrumentos para enfrentar isso. O País está sólido, tem reservas, o BC tem mecanismo de swap, então diria que estamos bem”, afirmou o ministro. “O mais importante é que EUA vão crescer e isso será bom para nossa economia.”

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também manifestou o desejo de que a decisão do Fed ocorresse logo, durante café da manhã com jornalistas na semana passada. Tombini prometeu que até o fim desta semana anunciaria modificações nas intervenções diárias no mercado, que ocorrem desde 23 de agosto. Elas continuarão em 2014, mas sofrerão ajustes em função do anúncio do Fed. / Gustavo Porto, Gabriela Lara, Laís Alegretti, Celia Froufe e João Villaverde

 

Fonte: Valor Econômico + Estadão

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