Em uma semana tradicionalmente altista para o mercado internacional da soja, a semana de ação de graças, as cotações da oleaginosa voltam a subir nos negócios na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (27). Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os vencimentos mais negociados subiam entre 5,25 e 8,50 pontos. Os contratos janeiro e março/14 operavam acima dos US$ 13 e a posição maio/14, referência para a safra brasileira, também buscava o mesmo patamar.
A forte demanda não só pela soja em grão, mas também por produtos como o farelo dão suporte às cotações na CBOT. Esse tem sido foco principal dos traders e investidores nesse momento, segundo analistas, o que faz com que a oleaginosa alcance os melhores preços em dois meses. O mercado acompanha o ritmo acelerado em que acontecem as exportações norte-americanas, agravando a possibilidade de uma redução mais acentuada dos estoques finais dos EUA.
Na esteira da soja, e depois de baixas na sessão anterior, os futuros do milho e do trigo também trabalhavam em alta. Porém, os ganhos dos grãos ainda eram pouco expressivos, mantendo a tentantiva de se manterem estáveis, buscando um ponto de equilíbrio para os preços à espera de novidades que possam estimular os mercados.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Com exportações aceleradas nos EUA, soja fecha acima de US$ 13
Nesta terça-feira (26), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com ligeiras perdas, em um movimento de correção técnica, segundo analistas. Ainda assim, os vencimentos janeiro e março/14 se mantiveram acima dos US$ 13 por bushel. Entretanto, o cenário de fundamentos permenece inalterado e, portanto, positivo e dando suporte para cotações ou, ao menos, limitando as baixas no mercado internacional. Milho e trigo também fecharam o dia em queda.
“Hoje, depois de uma alta um pouco mais vigorosa, os preços mostram uma realização de lucros em cima mesmo de um mercado um pouco mais incipiente. Ainda assim, podemos dizer que os US$ 13,20 que foram superados ontem para o vencimento janeiro trouxe uma força maior por conta das ordens de compra (…) trata-se de uma movimentaçãomais técnica do que fundamentada”, explica Mario Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora.
O analista explica que os olhos dos investidores estão voltados com muita atenção a um mercado bastante comprador nos Estados Unidos, o que acaba neutralizando a pressão do avanço do plantio na América do Sul, o qual conta com condições de clima bastanta favoráveis. Para essa semana, espera-se que Brasil, Argentina e Paraguai, os principais exportadores sulamericanos conte com condições de clima bastante positivas para o avanço dos trabalhos de campo.
Nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou o cancelamento de 300 mil toneladas de soja que já estariam vendidas para a China, porém, ao mesmo tempo, anunciou a venda de 360 mil toneladas para destinos não revelados e entrega na temporada 2013/14.
Os movimentos no mercado para essa semana acontecem exibindo movimentos não muito acentuados em função do feriado de Ação de Graças que será comemorado nesta quinta-feira (28) nos Estados Unidos e que não há pregão em Chicago. Porém, como explicou o analista de mercado do SIM Consult Mauricio Correa, essa é uma semana altista para o mercado da soja, e ele ainda vê o mercado bem sustentado.
“Temos uma demanda física forte por soja em grão e farelo nos Estados Unidos”, diz, reforçando o suporte que o mercado ainda encontra na procura dos importadores pelo produto norte-americano, o qual é o único disponível nesse momento. “O vencimento janeiro, ao meu ver, deve testar os US$ 13,50 até o final do ano pelo quadro de demanda forte e de fundamentos, com estoques muito apertados”, afirma Correa. “A demanda vem sendo mais forte que a oferta, isso é um fato. Entendemos que a demanda tem capacidade de ajuste, mas com certeza ela está muito forte e deve manter o ritmo para proteger os mercados”, completa.