Após as altas de mais de 25% desde o início do ano, os preços do milho no mercado interno recuaram durante o mês de março. Segundo levantamento da agência Safras & Mercado, a evolução da colheita da safra de verão e as incertezas em relação à produção da safrinha pressionaram as cotações do cereal.

Em Campinas (SP) CIF, a média mensal de preços ficou em R$ 33, 97, já em Erechim (RS), a média foi de R$ 29,17. A cotação média em Cascavel (PR) foi de R$ 27, 90, enquanto que, em Rondonópolis (MT), o valor é de R$ 24,80. Na cidade de Uberlândia (MG), o preço ficou em R$ 29,37.

No Paraná, cerca de 60% da área com milho da primeira safra já foi colhido até o momento. A produção do estado deverá apresentar uma redução de 24% frente ao colhido no ano anterior e totalizar 5,4 milhões de toneladas, conforme informou o Deral (Departamento de Economia Rural) do estado. A diminuição é decorrente, principalmente, do recuo na área cultivada nesta safra.

Já no Rio Grande do Sul, a colheita do cereal atinge 56% da área esperada. E, segundo informou a Emater, a produtividade média está em torno de 5 mil quilos por hectare, apesar das dificuldades em relação à ausência de chuvas e as altas temperaturas durante as fases críticas da cultura.

Em relação à safrinha, em algumas regiões produtoras do país parte da segunda safra foi cultivada fora da janela ideal de plantio devido às condições climáticas desfavoráveis, situação que pode prejudicar a produtividade das lavouras. De acordo com dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), até a terceira semana de março, a semeadura do grão estava em 99,8%.

Os altos volumes de chuvas têm prejudicado a produção mato-grossense e em torno de 500 mil hectares cultiváveis estão localizadas em regiões com excesso de chuvas. Dos pouco mais de oito mil hectares que restavam para ser cultivados no estado, a região médio-norte é responsável por 45% desta área, sendo a maior região produtora de MT.

Do mesmo modo, a safrinha paranaense ainda não foi totalmente cultivada. O Deral aponta que 3% das lavouras ainda precisam ser semeadas e a expectativa é que sejam plantados 1,9 milhão de hectares nesta safra. A projeção é que sejam colhidos cerca de 10 milhões de toneladas de milho safrinha no estado.

Em Goiás, os produtores rurais já terminaram o plantio da safrinha de milho. E, frente à redução nos investimentos em tecnologia e parte da semeadura fora da janela ideal, os agricultores esperam uma diminuição na produtividade das lavouras, segundo afirmou o assessor técnico do Senar GO, Cristiano Palavro. Nesta safra, o estado deve colher em torno de 4,8 milhões de toneladas.

Esse cenário também tem pesado sobre os contratos futuros do cereal negociados na BMF&Bovespa, assim como, a queda do dólar. E na comercialização da safra brasileira, diante dessas incertezas os produtores acabam adotando uma postura mais cautelosa. Segundo o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o recuo nos preços é sazonal e os agricultores brasileiros ainda terão boas oportunidades para negociar o milho.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho terminaram o dia com leves quedas, próximos da estabilidade nesta sexta-feira (28). Em uma sessão de pouca movimentação, o contrato maio/14 fechou o pregão estável, cotado a US$ 4,92 por bushel.

Frente ao relatório de intenção de plantio nos EUA, que será divulgado peloUSDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na próxima segunda-feira (31), os investidores adotam uma postura mais cautelosa. A expectativa do mercado é que a área destinada ao cereal na safra 2014/15 apresente uma redução para 37,53 milhões de hectares. Na temporada anterior, os norte-americanos cultivaram 38,59 milhões de hectares com o grão.

O departamento também irá anunciar os números dos estoques trimestrais de milho no país em 1º de março. O mercado espera que o número seja de 180,32 milhões de toneladas, contra 264,84 milhões de toneladas projetados em 1º de dezembro. Já no mesmo período do ano passado, os estoques eram de 137,17 milhões de toneladas.

Do lado fundamental, a tendência ainda é de firmeza para os preços em Chicago. A demanda pelo produto norte-americano permanece aquecida e, nesta quinta-feira, o USDA reportou as exportações semanais em 1.408.300 toneladas, na semana terminada em 20 de março. O número representa um aumento de 89% em relação ao percentual divulgado na semana anterior, de 745.800 toneladas.

Em contrapartida, outras origens como Brasil e Argentina também apresentam problemas. As vendas de milho brasileiro seguem em ritmo lento e no país vizinho, os agricultores enfrentam problemas internos e cambiais, que também dificultam a comercialização, conforme explicou o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

E para completar o cenário, os participantes do mercado ainda observam as previsões de clima para os EUA. Para a próxima semana, a expectativa é que o clima fique mais quente em importantes regiões produtoras do Corn Belt, porém, o clima ainda é frio e no solo as temperaturas estão baixas.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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