São Paulo, 22/01/2014 – As negociações com milho transcorrem lentas nas principais praças. A maioria dos comerciantes e consumidores continua de lado, aguardando ofertas da safra de verão, que já está sendo colhida no Sul. Do lado da venda, produtores de Estados onde os estoques estão mais baixos seguram o cereal, apostando em uma alta de preços.

Em Mato Grosso, a falta de acordo sobre preço trava a venda. Na região entre Sinop e Sorriso, no eixo da BR-163, a indicação é de R$ 15/saca, ante compradores abertos a R$ 14/saca. Alguns negócios pontuais rodam a R$ 15/saca, disse um corretor. Em localidades mais distantes da BR-163, vendedores pedem entre R$ 13,50/saca e R$ 14/saca. Confinamentos, que não fazem grandes estoques, continuavam procurando milho, mas também resistem aos preços pedidos.

O presidente da Bolsa de Mercadorias de Sinop, Luiz Anacleto, diz que é difícil prever até onde pode alcançar a cotação no mercado mato-grossense. “Os preços já se recuperaram e a tendência ainda é de alta. Deve chegar a R$ 17/saca a R$ 18/saca (na região).” Mesmo com o câmbio apreciado e a pequena oferta de milho disponível, ele disse não acreditar em uma disparada dos preços. “Existem especuladores dizendo que vai a R$ 20/saca, mas não acredito nisso. Não estão contando com o estoque do governo”, salientou. Além da possibilidade de liberação de estoques reguladores, a chegada da primeira safra do Sul ao mercado também contribuirá para contrabalançar os fatores altistas, enfatiza.

Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, comprador sinalizava R$ 22/saca FOB para retirada imediata, bem abaixo dos R$ 25/saca pedidos pelo vendedor. “Quem ainda tem milho disponível quer receber mais”, disse Sérgio Abreu, da corretora Rio Grãos, lembrando que os consumidores têm estoque e podem negociar sem pressa. Para safrinha de 2014, a indicação de compra era R$ 18/saca para receber em julho ou agosto, menos que os R$ 20/saca desejados pelo produtor. De acordo com Abreu, tampouco foram registrados negócios para entrega futura. Ele observou que os participantes estão focados na colheita e na entrega da soja, mas devem retomar a comercialização do cereal assim que terminarem de cumprir os acordos da oleaginosa.

Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a proposta de compra era R$ 24,50/saca no spot, mas vendedor pedia R$ 25/saca. Pedro Fagundes, analista da Assessoria em Mercado de Grãos (Asmeg), disse ter fechado negócios esporádicos. Também era possível fechar contratos a R$ 21,50/saca (CIF) para entrega em abril e pagamento no mesmo mês e R$ 20,50/saca para maio com pagamento em junho. O analista da Asmeg disse que as condições das lavouras pioraram por conta da estiagem entre 28 de dezembro e 18 de janeiro e o agricultor teme comprometer a produção com vendas antecipadas. De acordo com ele, a colheita deve começar em meados de fevereiro em áreas irrigadas, mas só deve se intensificar entre abril e maio.

No Paraná, que deve colher a segunda maior safra de verão do País e tem 37% da safrinha 2012/13 ainda por comercializar, compradores pressionam os preços. Na semana passada, rodaram volumes a R$ 24,90/saca CIF Apucarana, mas ontem consumidor já sinalizava R$ 24,70. Os últimos negócios para exportação saíram a R$ 25,80/saca em Londrina na semana passada, compreendendo 2 mil toneladas.

O indicador Cepea/Esalq/BM&F fechou o dia a R$ 26,65/saca, em queda de 0,60%.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO

  MILHO – R$ / saca

   

  21/01/2014

  20/01/2014

  17/01/2014

  16/01/2014

  15/01/2014

  14/01/2014

  Passo Fundo

24.97

25.11

25.18

25.04

25.33

25.16

  Chapecó

25.90

26.12

26.12

26.13

26.23

26.24

  Paraná/Sudoeste

24.00

23.79

23.97

23.58

23.58

23.59

  Cascavel

21.76

21.97

22.23

22.15

21.98

21.82

  Ponta Grossa

23.95

23.91

24.02

23.92

23.84

23.89

  Paraná/Norte

22.82

23.60

23.32

23.22

23.27

23.53

  Sorocabana

23.92

23.92

23.80

23.94

23.96

24.47

  Campinas

26.65

26.81

27.02

27.07

27.30

27.35

  Mogiana

24.34

24.53

24.44

24.36

24.50

24.39

  Triângulo Mineiro

23.98

24.16

24.23

24.15

24.25

24.26

  Rio Verde

21.37

21.10

21.55

21.44

21.36

21.30

  Sorriso

14.73

14.35

14.26

14.16

14.29

14.01

  Posto Recife

35.14

35.14

35.14

35.04

35.04

34.78

Clima – Produtores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina acompanham mais de perto o clima. Baixos volumes de chuvas associados a altas temperaturas nos últimos dias deixam o solo com baixa umidade, apontou o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia. No Paraná, as regionais do Departamento de Economia Rural (Deral) destacam as boas condições de desenvolvimento. Em Guarapuava, técnicos relataram que as precipitações recentes foram benéficas para as lavouras, que em sua maioria estão na etapa de floração e frutificação. Em Pato Branco, a condição atual é propícia para o corte de milho e silagem. Conforme os técnicos, a colheita deve começar esta semana.

Em São Paulo e em Minas Gerais, chuvas apenas esporádicas e o calor reduziram os níveis de umidade do solo, apontou Santos, da Somar. Já nas regiões produtoras do Nordeste e Norte voltou a chover no fim de semana passado, favorecendo o desenvolvimento dos milharais. Para o restante da semana, a previsão é de tempo mais seco no Sul do Brasil, informou o agrometeorologista. Deve chover apenas entre sexta e sábado.

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho se recuperaram das perdas recentes. Apesar da previsão de chuvas em áreas produtoras da Argentina, dados positivos de exportação nos Estados Unidos deram suporte. O vencimento março ganhou 1,00 cent (0,24%) e encerrou a US$ 4,25 por bushel.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)

  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar

  Contrato

 Máxima

 Mínima

 Anterior

 Atual

Variação

  Mar/14

4,2575

4,2150

4,2400

4,2500

1,00

  Mai/14

4,3275

4,2850

4,3175

4,3225

0,50

  Jul/14

4,3875

4,3875

4,3850

4,3850

0,00

  Set/14

4,4200

4,4150

4,4325

4,4250

-0,75

 

CONHEÇA OS PRODUTOS QUE TEMOS PARA VOCÊ