Os preços do milho no mercado interno brasileiro permanecem firmes. O clima adverso em importantes regiões produtoras do país continua sendo o principal fator de sustentação aos preços. Nesta quinta-feira (6), a saca do cereal chegou a ser negociada a R$ 36,00 em Campinas (SP) CIF.

A produtividade da safra de verão, em alguns estados como São Paulo e Minas Gerais, foi severamente comprometida com a ausência de chuvas e o calor intenso. O plantio da safrinha também segue atrasado em algumas localidades devido às adversidades climáticas. No PR, as chuvas do final de semana, ainda foram insuficientes para as lavouras, conforme destaca o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Já no Mato Grosso, algumas cidades como Sorriso já decretaram estado de emergência em função do excesso de precipitações. Do mesmo modo, a situação atrasa a implantação da safrinha de milho. E, para essa semana, as previsões climáticas apontam para mais chuvas na região.

Ainda nesta quinta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou que as exportações de milho brasileiras somaram 1,063 milhão de toneladas em fevereiro. O número representa um recuo de 60% em relação ao mês anterior e uma diminuição de 58,3% frente ao embarcado no mesmo período do ano passado. Na visão do analista de mercado, os produtores estão segurando os preços à espera de melhores oportunidades.

O clima também tem impulsionado os contratos da commodity negociados na BM&FBovespa. As principais posições registraram mais um dia de alta, com valorizações de mais de 2,5%. O Indicador Esalq/BM&FBovespa referente à região de Campinas (SP) finalizou o mês de fevereiro com valorizações de 27,39% e terminou cotado a R$ 33,95 a saca de 60 kg, segundo informou o Cepea nesta quinta-feira.

CBOT

As cotações futuras do milho encerraram a sessão na Bolsa de Chicago do lado positivo da tabela. Ao longo das negociações, os contratos ampliaram os ganhos e fecharam o pregão com altas de mais de 9 pontos nas principais posições. O contrato maio/14 era cotado a US$ 4,91 por bushel.

O desempenho favorável das exportações semanais refletiu positivamente nos preços do milho em Chicago. As exportações norte-americanas de milho da safra 2013/14, na semana encerrada em 27 de fevereiro, somaram 1.518.000 toneladas, conforme informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número ficou acima do registrado na semana anterior, de 840.800 toneladas, e da expectativa do mercado de 600 até 850 mil toneladas.

Para a safra 2014/15, o departamento reportou as exportações em 164.500 toneladas, no mesmo período. O percentual também maior do que o divulgado anteriormente, de 1.500 toneladas.

“O mercado também observa as perspectivas do plantio norte-americano, já que, há a expectativa de redução na área cultivada com o cereal na safra 2014/15. E as exportações semanais do milho vieram fortes. Na próxima segunda-feira (10), no relatório de oferta e demanda, o USDA pode aumentar as exportações dos EUA e reduzir os estoques”, explica Molinari.

Por outro lado, o analista de mercado da Corretora Jefferies, Stefan Tomkiw, sinaliza que a crise política e econômica na Ucrânia continua sendo observada pelo mercado internacional de grãos. “A situação não está completamente resolvida e a demanda que poderia ser atendida pela região pode ser deslocada para os EUA. Os estoques ainda são confortáveis, mas se o mercado enxugar esse excedente podemos ter uma nova valorização nos preços em Chicago”, relata.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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