Após quatro sessões em alta, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo nesta sexta-feira (21). Por volta das 11h09 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 2,00 e 2,25 pontos. O contrato março/14 era cotado a US$ 4,53 por bushel.

Segundo analistas, o mercado reflete as projeções para a próxima safra norte-americana, divulgados pelo USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta, durante o Fórum Anual Outlook. O departamento norte-americano indicou que a produção de milho da temporada 2014/15 deverá aumentar para 355,24 milhões de toneladas, contra 353,71 milhões de toneladas da safra anterior.

A área cultivada no país tende a recuar de 38,61 milhões de hectares para 37,23 milhões de hectares. A produtividade média das lavouras norte-americanas foi estimada em 174,95 sacas por hectares, número acima do registrado na safra anterior, de 168,07 sacas por hectares.

Os estoques dos EUA também devem apresentar um reajuste positivo para 53,62 milhões de toneladas, contra 37,62 milhões de toneladas da safra 2013/14. O USDA ainda projeta as exportações norte-americanas em 39,37 milhões de toneladas, redução de 1,27 milhão de toneladas em comparação com a safra 2013/14, de 40,64 milhões de toneladas.

Já o uso de milho e resíduos para a fabricação de ração animal deve apresentar um aumento de 2,54 milhões de toneladas na safra 2014/15 frente as 13,46 milhões de toneladas do ciclo anterior. O número de cereal destinado para a fabricação de etanol foi mantido em 12,7 milhões de toneladas.

Em relação aos preços para a próxima safra, o departamento sinalizou que a cotação média deve girar me torno de US$ 3,90 por bushel, abaixo dos US$ 4,50 da temporada 2013/14. Outro fator que também pesa sobre o mercado nesta sexta são os números das vendas semanais. As exportações somaram, na semana encerrada no dia 13 de fevereiro, 691.400 toneladas, contra 1.700.100 toneladas na semana anterior. Ainda de acordo com as informações anunciadas pelo USDA, o principal comprador do produto dos EUA foi o Japão, com 454.100 mil toneladas.

Apesar das baixas desta sexta-feira, o cenário é positivo para o milho. “A demanda vai continuar aquecida e tudo indica que esse será o ano da carne no mercado brasileiro e mundial, e isso puxa a demanda por ração. Os preços têm condições de sair dos atuais patamares e alcançar os US$ 5,00/bushel”, afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Além disso, a redução de área cultivada com o milho na próxima safra norte-americana deve consolidar o fôlego de crescimento para as cotações nos próximos meses, conforme sinaliza o consultor. A crise na Ucrânia, importante exportador do cereal, também comprometer os embarques país, estimados entre 18 a 20 milhões de toneladas, e dar suporte aos preços.

Na BM&F, as cotações trabalham com volatilidade, após as altas registradas nos últimos dias. Os principais contratos exibem quedas de pouco mais de 0,12%, por volta das 11h21 (horário de Brasília). As incertezas em relação à safra brasileirafrente à demanda aquecida permanecem sendo observadas pelo mercado.

Ainda nesta sexta, a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) apontou uma redução de 7,2% na produção do milho segunda safra, de 46.129,6 milhões de toneladas da safra 2012/13 para 42.829,4 milhões de toneladas na temporada 2013/14. Além da diminuição da área semeada também está projetada um recuo nos investimentos em tecnologia.

O clima seco durante os meses de dezembro e janeiro prejudicou severamente a produção de milho da safra de verão em importantes regiões, como em RS e MG. Para a safrinha, o tempo seco também compromete o avanço da semeadura em alguns estados. Contrariamente, com o retorno das chuvas, em algumas localidades, o plantio da segunda safra está atrasado em função do excesso de precipitações. Em Rio Verde (GO), a expectativa é que os produtores não consigam finalizar o cultivo do grão dentro da janela ideal, que termina no final da próxima semana.

A preocupação com o clima também tem refletido nos preços do cereal no mercado físico. Segundo o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mario Mariano, na região do Médio –Norte do MT, as cotações subiram de R$ 11,50 para R$ 14,00. Em Campinas (SP), a saca é negociada a R$ 34,50, em Cascavel (PR) a R$ 25,50 e em Campo Verde (MT) a R$ 20,00.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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