Nesta quinta-feira (6), os preços futuros do milho negociados na BM&FBovespa operam do lado positivo da tabela. As cotações futuras dão continuidade ao movimento da sessão anterior e, por volta das 11h37 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam valorizações de 1,5%.
O principal fator de suporte aos preços futuros continua sendo às preocupações com o clima no Brasil. A ausência de precipitações aliada ao calor excessivo comprometeu severamente a produção de milho verão em importantes estados produtores, como São Paulo e Minas Gerais.
Por outro lado, o avanço da safrinha segue em ritmo mais lento devido às condições climáticas adversas. Já no Mato Grosso, as chuvas não dão trégua e permanecem prejudicando tanto a colheita da soja, como o avanço da semeadura do milho. A demanda firme também motivou a reação nos valores o milho. Nesta quinta, o Cepea divulgou que, em fevereiro, o Indicador Esalq/BM&Bovespa, referente à região de Campinas (SP), apresentou valorização de 27,39% e fechou o mês a R$ 33,95 a saca de 60 kg.
A situação se repete no mercado interno brasileiro, em Campinas (SP) CIF, a saca de R$ 36,00, em Campo Mourão (PR) a R$ 28,50 a saca. E em Campo Verde (MT), a saca é comercializada a R$ 23,00. Em Rondonópolis (MT), em um mês, os preços subiram de R$ 17,50 para R$ 22,00.
CBOT
Após encerrar o último pregão com leves quedas, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tentam se manter do lado positivo da tabela nesta quinta-feira (6). Por volta das 12h10 (horário de Brasília) as principais posições da commodity apresentavam ligeiros ganhos entre 4,25 e 6,50 pontos. O contrato maio/14 era comercializado a US$ 4,87 por bushel.
As cotações futuras refletem o desempenho favorável das exportações semanais, anunciadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada em 27 de fevereiro, as exportações de milho da safra 2013/14 totalizaram 1.518.000 toneladas. O volume é superior ao registrado na semana anterior, de 840.800 toneladas. O México foi o principal comprador do produto norte-americano, com 437.400 mil toneladas.
Para a safra 2014/15, as exportações somaram, no mesmo período, 164.500 toneladas, contra 1.500 toneladas divulgadas anteriormente. O principal comprador do milho dos EUA foi a Coreia do Sul, com 256.700 toneladas. Ambos os números estão acima das expectativas do mercado de 600 até 850 mil toneladas para a safra 2013/14 e de 0 a 200 mil toneladas para a temporada 2014/15.
E frente à demanda aquecida, há a perspectiva de redução de área cultivada nos Estados Unidos na safra 2014/15. Segundo analistas, os preços do cereal tendem a se manter sustentados para não perder mais área para a soja e o algodão no país.
Além disso, é preciso ressaltar que outras origens como Brasil e Argentina também enfrentam problemas e as vendas permanecem lentas. Consequentemente, a expectativa é que os compradores se voltem para os EUA, conforme apontam os analistas.
Paralelo a esse cenário, o mercado internacional de grãos ainda observa a crise na Ucrânia, importante país exportador de milho. Este ano, a projeção é que os embarques ucranianos ultrapassem 18,5 milhões de toneladas. Atualmente, o país é responsável por 16% de todo o cereal consumido no mundo.