Vendedores continuam ditando os preços no mercado interno e os poucos negócios com milho no spot realizados acontecem porque o consumidor precisa se abastecer e aceita o preço pedido. Na comercialização da safrinha futura, consumidores fazem alguns contratos para assegurar suprimento ou para minimizar eventual risco de novas altas.
Em Nova Mutum (MT), foram negociadas 80 mil sacas da safrinha para embarque até 15 de agosto e pagamento no final do mesmo mês nesta segunda-feira a R$ 16,30/saca, acima dos R$ 15,50/saca que vinham sendo sinalizados, conforme Rafael Cerci, da Perfil Agrícola. Mato Grosso deve colher uma safra de 15,2 milhões de toneladas, 32% menor do que a do ciclo 2012/13, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária. O Imea estimou os estoques finais da safra 2013/14, em junho de 2015, em 90 mil toneladas, 18% abaixo das 110 mil toneladas previstas para junho deste ano, fim da safra de milho 2012/13 no Estado. Por enquanto, o cenário apenas impede retrações mais significativas nos preços, mas não garante a remuneração desejada por produtores, que chegaram a pedir R$ 17/saca na região pela safrinha.
Em Mato Grosso do Sul, compradores indicavam R$ 20,50/saca em Dourados e R$ 19,50/saca em São Gabriel do Oeste para embarque entre julho e agosto, mas só havia interesse de venda a partir de R$ 22/saca. No spot, comprador sinalizava R$ 24/saca posto em fábrica de Sidrolândia e R$ 24,50/saca em Dourados. Também era possível fechar contrato a R$ 23,50/saca em Chapadão do Sul e a R$ 23/saca em São Gabriel do Oeste. No entanto, produtores pedem, em média, R$ 26/saca no sul do Estado e R$ 24/saca no norte.
Em Rio Verde (GO), a safrinha tinha comprador a R$ 20/saca para entrega entre julho e agosto, mas produtores se dispunham a fechar negócios a partir de R$ 21/saca. No disponível, foram negociadas 20 mil sacas para comerciante da região na sexta-feira a R$ 25/saca. Ontem, no entanto, as indicações eram de R$ 24/saca, ante ofertas a partir de R$ 25,50/saca.
No oeste do Paraná, compradores sinalizam R$ 25/saca a R$ 25,50/saca, mas, segundo uma fonte da região, as granjas estão se abastecendo com milho do Paraguai, que chega a R$ 24/saca. “Entraram cerca de 60 mil toneladas do Paraguai. Só uma grande agroindústria comprou 30 mil toneladas para refazer estoques”, disse o corretor. No entanto, a fonte espera que alguns lotes sejam negociados antes do feriadão. Para a safrinha, não havia sequer referência de preços, porque produtores tendem a seguram a negociação em busca de preços mais remuneradores mais para frente.
O indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou o dia cotado a R$ 31,26/saca de 60 quilos (-0,19%). Em dólar, o índice ficou em US$ 14,10 (-0,07%). A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,2170 (-0,14%).
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO
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Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros fecharam no positivo na sessão de ontem, impulsionados pelo clima úmido nos Estados Unidos. Participantes consideram que as condições climáticas desfavoráveis em Iowa e Illinois, os dois principais produtores norte-americanos, vêm atrasando o plantio do grão. O contrato julho, atualmente o mais negociado, avançou 4,75 cents (0,94%), e fechou a US$ 5,0925 por bushel.
Após o fechamento da sessão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) informou que o plantio nos Estados Unidos alcançava 3% da área prevista para a safra 2014/15, ante 2% em período equivalente do ano passado e 6% na média dos últimos cinco anos. Ainda conforme o USDA, em Illinois o plantio estava em 1%, ante 10% na média de cinco anos, e em Iowa, a semeadura ainda não tinha iniciado.
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Cepea/Agência Estado