A Argentina irá intensificar seu controle sobre os preços de produtos alimentícios depois de registrar os maiores aumentos da inflação em dois anos, que causaram greves e saques no país.

A estratégia do governo é aumentar o controle sobre produtores de alimentos, além de vendedores, e monitorar os preços em tempo real, como códigos de barra, e um pacto que será voluntário, informou o chefe de gabinete Jorge Capitanich em Buenos Aires.

O acordo irá abranger mais de 180 produtores, entre eles carnes, óleo de cozinha e pães.

Em junho, o governo congelou o preço de 500 produtos nas prateleiras de supermercados em uma tentativa de controlar a inflação no país. Segundo Capitanich, ó que estaria causando o aumento dos preços é a especulação de empresários e não os gastos do governo e a impressão de mais moedas.

Pelo menos oito pessoas morreram este mês em saques em todo o país, depois que a polícia entrou em greve para exigir melhores salários diante do crescente custo de vida.

“Há um efeito contagioso nos preços – se o preço do leite sobe, também irá aumentar o preço do corte de cabelo”, explica Capitanich. “Seremos rigorosos no controle dos preços de produtos básicos. Queremos proteger os bolsos dos consumidores”.

A inflação em novembro acelerou para 26,8% em novembro, em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório mensal feito por economistas e publicado por parlamentares da oposição.

Esta foi o maior ritmo desde que os parlamentares começaram a distribuir o relatório em maio de 2011, para proteger a identidade dos analistas que foram punidos pelo governo por publicar informações que diferem dos números oficiais.

Preços em alta
Os preços para o consumidor aumentaram pelo menos 20% ao ano nos últimos 5 anos, de acordo com estimativas independentes.

O número de pesos na economia aumentou 23% no ano passado e os gastos do governo aumentaram 39%.

Enquanto a Argentina mantém a taxa oficial de inflação em 10,5%, as negociações salariais para os funcionários públicos geralmente começam com o governo propondo aumentos de mais de 20%.

As dúvidas sobre a precisão dos dados econômicos oficiais levou o Fundo Monetário Internacional a censurar a Argentina em fevereiro. O governo disse que irá introduzir um novo índice nacional de preços ao consumidor em 14 de fevereiro.

Capitanich defende que as empresa deveriam investir mais em aumentar sua produção, ao invés de usar seus pesos para comprar dólares.

Informações: Bloomberg

Tradução: Fernanda Bellei

Fonte: Notícias Agrícolas

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