PERSPECTIVA: USDA NÃO ALTERA PERSPECTIVA PARA SOJA NA CBOT, MAS TRAZ IMPULSO ALTISTA AO MILHO

São Paulo, 13/01/2014 – Os números de oferta e demanda divulgados na última sexta-feira (10) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não modificaram as perspectivas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). O governo norte-americano apenas confirmou a expectativa de analistas de que um provável aumento da produção doméstica seria absorvido pela demanda para exportação e esmagamento.

Participantes do mercado devem se concentrar a partir de agora nas leituras meteorológicas para o Brasil e a Argentina nas próximas três semanas. “A soja tem espaço para cair e, sem uma mudança drástica no clima (sul-americano), a tendência é aproveitar as possíveis altas para fazer vendas”, afirma Pedro Dejneka, fundador da PH Derivativos.

Por ora, o fundador da PH Derivativos espera que as cotações da commodity devam permanecer no intervalo de US$ 12,60 a US$ 13 por bushel em Chicago. O vencimento março da oleaginosa subiu 4,75 cents (0,37%) no último pregão e fechou cotado a US$ 12,7850 por bushel. “Daqui a mais ou menos 15 dias, teremos desdobramentos que nos ajudarão a entender a tendência de médio prazo”, diz. Ele alerta, entretanto, que os preços podem cair US$ 1 por bushel ou mais, se os chineses solicitarem cancelamentos de cargas norte-americanas já contratadas na volta do feriado do Ano Novo Lunar.

Para o milho, o relatório mensal do USDA trouxe um forte impulso altista no curto prazo. O contrato março do cereal saltou 20,75 cents (5,04%) na sexta-feira e terminou a US$ 4,2640 por bushel. “Foi bastante surpreendente essa redução da oferta (norte-americana), mas acho que a recuperação do cereal é temporária”, comenta Dejneka.

O governo revisou a safra 2013/14 para 13,925 bilhões de bushels (353,69 mi/t), um volume 0,45% menor que os 13,989 bilhões de bushels (355,32 mi/t) esperados em dezembro. Como resultado, a projeção do estoque ao final da temporada caiu de 1,792 bilhão (45,5 mi/t) para 1,631 bilhão de bushels (41,42 milhões de toneladas).

O fundador da Futures International avalia que os preços do cereal têm potencial para esticar os ganhos, mas devem encontrar resistência técnica na área de US$ 4,30 a US$ 4,32 por bushel antes de chegarem ao teto de US$ 4,50 por bushel. Ele cita a possibilidade de operações de spread nas próximas sessões entre soja e milho. De acordo com Dejneka, agentes que estavam comprados na oleaginosa e excessivamente vendidos no cereal antes do levantamento do USDA precisarão ajustar seus portfólios.

No caso do trigo, o analista considera que as cotações não tem muito espaço para quedas, mesmo após o governo norte-americano ter elevado em quase 5% a estimativa para o estoque final do país em 2013/14. “Temos que ficar de olho no suporte de US$ 5,60 por bushel e na resistência acima de US$ 6 por bushel”, diz Dejneka.

 

Fonte:AE-SOJA

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