São Paulo, 06/02/2014 – Os futuros da soja subiram pela quinta sessão consecutiva ontem na Bolsa de Chicago (CBOT) e podem encontrar fôlego para esticar os ganhos no relatório de exportações que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará às 11h30 (horário de Brasília). Não bastasse os tão aguardados cancelamentos não terem se concretizado nas últimas semanas, as vendas do grão e seus derivados aparentemente seguem aquecidas, o que levanta expectativas de que o USDA terá que reduzir a projeção do estoque final da temporada 013/14, afirmam analistas do setor.

“Se (o levantamento) trouxer números positivos, sem dúvida a soja pode ter uma semana inteira de alta”, diz Glauco Monte, consultor da FCStone. Na avaliação dele, enquanto o Brasil não for um exportador ativo e os embarques norte-americanos não esfriarem, as cotações da oleaginosa devem seguir firmes.

No relatório anterior, o USDA comunicou que foram vendidas ao exterior 494.800 toneladas da safra 2013/14 e 371 mil toneladas da 2014/15, já descontados os cancelamentos, na semana terminada em 23 de janeiro. Analistas consultados pela agência de notícias Dow Jones preveem vendas de 650 mil a 1,05 milhão de toneladas para semana encerrada em 30 de janeiro.

Outro fator que adiciona suporte ao mercado é o clima frio nos EUA, de acordo com Monte. “O excesso de neve dificulta a movimentação do grãos nos EUA”, explica o consultor sobre o fortalecimento dos preços físicos.

Com base nos gráficos, ele observa que o contrato março está perto de romper a resistência em US$ 13,20 por bushel. Se isso ocorrer, o vencimento deve testar US$ 13,30 por bushel, diz. Em caso de realizações de lucro, Monte vê suporte inicial em US$ 13,05 por bushel e, depois, em US$ 12,80 por bushel.

No pregão de quarta-feira, os lotes para entrega em março subiram 3 cents (0,23%) e terminaram cotados a US$ 13,1625 por bushel. Para o consultor o movimento foi uma consolidação motivada por compras técnicas. A FCStone elevou ontem sua estimativa da produção brasileira de soja em 2013/14 para 90,25 milhões de toneladas, 0,09% acima das 90,16 milhões de toneladas previstas em janeiro.
A revisão refletiu “ajustes marginais” nas projeções de produtividade de alguns Estados produtores.

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

   

  GRÃO

   

  FARELO

   

  ÓLEO

   

  US$/bushel

  cents

   

  US$/ton

  US$

   

  (cents/libra)

  pontos

  mar/14

13,1625

3,00

 mar/14

442,00

-5,00

 mar/14

38,23

52

  mai/14

12,9950

2,00

 mai/14

422,80

-2,00

 mai/14

38,51

50

  jul/14

12,8075

1,25

 jul/14

411,60

-1,60

 jul/14

38,82

48

  ago/14

12,3650

3,00

 ago/14

395,50

-1,00

 ago/14

38,95

47

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, preocupações climáticas mantêm os produtores cautelosos e dificultam as negociações. Em Primavera do Leste, no sul de Mato Grosso, o comprador oferecia R$ 54/saca CIF para entrega imediata, valor em que chegaram a sair mais de 1 mil toneladas na quarta-feira (05), disse um corretor local. Um dia antes, a indicação era R$ 53,50/saca. Para retirada até o fim de fevereiro e pagamento em março, era possível fechar contratos em torno de R$ 53/saca, mas nenhum lote foi comercializado. Para entrega em abril e pagamento em maio, a proposta era US$ 20/saca a US$ 21/saca, mas também não havia contrapartida de venda na região.

Em Ponta Grossa, no Paraná, a soja para retirada em abril e pagamento em maio tinha comprador a R$ 65,50/saca, contou Adriano dos Santos, corretor da Safra Sul, sem relatar acordos nesta semana. No Porto de Paranaguá, havia possibilidade de negócios a R$ 66/saca para embarque em abril e pagamento em maio, mas tampouco havia interesse de venda porque os preços no interior estão mais atrativos. No spot, a indicação ficava em torno de R$ 66/saca em Ponta Grossa, mas produtores quase não tinham volumes para negociar. Segundo Santos, o preço da soja continua dependendo do câmbio.

Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, a pedida era R$ 60/saca no mercado disponível e R$ 57,50/saca no balcão, de acordo com Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. Para entrega e pagamento em março, comprador sinalizava R$ 58/saca, patamar em que saíram lotes de 700 a 800 toneladas na manhã de quarta-feira. Conforme Fernandes, volumes maiores não têm sido comercializados porque o produtor está preocupado com a produtividade e prefere cumprir os contratos. “Eles estão vendendo da mão para boca”, disse.

De acordo com ele, o clima seco vem perturbando o Estado desde o início do plantio da oleaginosa. “Só tivemos novembro com bons níveis pluviométricos”, afirmou. A falta de chuvas desde meados de dezembro levou a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) a reduzir em 15% o potencial produtivo das lavouras na safra 2013/14, de 9,57 milhões de toneladas para 8,13 milhões de toneladas. A queda de 1,4 milhão de toneladas deve acarretar em um prejuízo de R$ 1 bilhão aos agricultores do Estado, de acordo com a entidade.

O índice de preços calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), que reflete cinco praças paranaenses, subiu 0,39% e fechou a R$ 64,33/saca na quarta-feira. Em dólar, o índice ficou em US$ 26,81/saca (+0,9%). A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,40 (-0,50%).

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado

   

  05/02

  04/02

  DIA

  SEMANA

  MÊS

  12 MESES

  Paranaguá

67,88

67,44

+0,65%

+0,49%

-12,13%

+4,43%

  Barreiras

60,17

59,67

+0,84%

-2,26%

-3,76%

+6,50%

  Ponta Grossa

65,32

65,12

+0,31%

+0,52%

-8,39%

+6,47%

  Passo Fundo

66,70

66,47

+0,35%

+0,21%

-0,77%

+8,40%

  Rio Verde

57,50

57,20

+0,52%

-1,15%

-20,93%

-0,74%

  Rondonópolis

56,47

55,00

+2,67%

+0,53%

-13,83%

+7,73%

  Triângulo Mineiro

60,14

60,31

-0,28%

-0,60%

-14,11%

+4,21%

  Oeste do Paraná

62,15

62,11

+0,06%

-0,43%

-8,27%

+5,64%

  Norte do Paraná

62,86

62,50

+0,58%

-0,05%

-8,91%

+4,94%

  Mogiana

63,00

64,17

-1,82%

-0,63%

-8,80%

+1,96%

  Ijuí

66,72

66,50

+0,33%

+0,33%

-1,01%

+8,63%

  Sorriso

50,76

50,13

+1,26%

+2,32%

-17,70%

+5,49%

  Sorocabana

64,20

64,07

+0,20%

+1,21%

-7,19%

n/d

  ESALQ – R$/saca

64,33

64,08

+0,39%

+0,03%

-9,93%

+5,15%

  DÓLAR

2,4000

2,4120

-0,50%

-1,48%

+0,97%

+20,85%

  FARELO PELLETS – R$/TONELADA

  Campinas

1063,30

1061,92

+0,13%

-1,96%

-11,87%

+14,37%

  Chapecó

1211,95

1214,91

-0,24%

+0,52%

-6,52%

+19,22%

  Maringá

1152,59

1145,96

+0,58%

-2,37%

-5,57%

+18,73%

  Oeste PR

1119,13

1143,46

-2,13%

-4,20%

-9,89%

+22,40%

  Ponta Grossa

1165,03

1165,03

+0,00%

+0,21%

-4,81%

+19,80%

  Triângulo MG

1116,80

1115,46

+0,12%

-0,09%

-7,67%

+15,11%

  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA

  ICMS 12%

2081,54

2120,92

-1,86%

-1,23%

-8,54%

-22,29%

  ICMS 7%

2076,81

2077,64

-0,04%

-0,53%

-5,76%

-20,20%

Cepea/Agência Estado

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