Nesta segunda-feira (31), os futuros da soja fecharam o dia com expressiva alta na Bolsa de Chicago e os ganhos mais fortes foram registrados pelas primeiras posições. O vencimento maio/14, referência para a safra brasileira e o contrato mais negociado nesse momento, fechou o dia com 27,50 pontos de alta e rompeu a resistência dos US$ 14,60, ficando em US$ 14,64 por bushel. Para analistas, rompenando esse nível de preços, o mercado deverá buscar agora os US$ 15,25 para o primeiro vencimento, ao se consolidar acima desse patamar.

USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu relatório de estoques trimestrais e trouxe números para a soja que ficaram dentro das expectativas do mercado. Ainda assim, no entanto, o volume indica estoques historicamente ajustados no país.

De acordo com o boletim, os estoques trimestrais de soja dos EUA em 1º de março eram de 27 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em algo entre 26,9 milhões e 27 milhões de toneladas.

Em 2013, nesse mesmo período, o volume das reservas norte-americanas eram de 27,2 milhões de toneladas, na temporada em que o país passou por uma das mais severas estiagens de sua história e amargou prejuízos na safra por conta de adversidades climáticas. Nos últimos anos, os estoques do país nesse intervalo de tempo variaram, em média, de 30 milhões a 32 milhões de toneladas.

Paralelamente, o USDA trouxe ainda seu novo boletim de embarques semanais com os números da semana que terminou no dia 27 de março. O volume embarcado de soja nesse período ficou em mais de 500 mil toneladas e elevaram o acumulado do ano safra a 40.165,858 milhões de toneladas.

O total já está bem próximo da última estimativa do departamento para as exportações, de 41,64 milhões de toneladas, para o ano comercial que só se encerra em agosto. Além disso, as exportações dos EUA, ou o volume já comprometido de soja da safra 2013/14, passa de 44,44 milhões de toneladas.

Os números comprovam, portanto, a intensidade ainda muito forte da demanda mundial pela oleaginosa norte-americana, além do consumo interno pela commodity também seguir bastante forte. O esmagamento de soja no país está bastante forte e tem sido, segundo explicam analistas, importante fator de suporte para os preços do farelo de soja, que também encerraram o pregão desta segunda-feira.

Os números trazidos pelo USDA, portanto, tanto para os estoques quanto para os embarques, confirmam o cenário de ajuste na relação de oferta x consumo nos Estados Unidos e mantém a tendência de firmeza para os preços no curto prazo, segundo o consultor de mercado Flávio França.

“Para a soja, o perfil se mantém sólido para a safra velha, ou seja, daqui a setembro temos um forte aperto nos EUA, estoques muito ajustados, demanda por produto americana, exportações, o que deve manter os preços altos, pelo menos até setembro, que é quando entra a nova safra americana”, diz.

No entanto, o departamento norte-americano trouxe também, nesta segunda, as primeiras projeções oficiais para o plantio da safra 2014/15 nos Estados Unidos. A indicação foi de que haverá um expressivo incremento na área de soja, em detrimento de milho e trigo, e isso poderia, ainda de acordo com analistas, pesar sobre os preços no segundo semestre.

O USDA estimou um espaço destinado à area nessa nova temporada de 32,98 milhões de hectares. O número ficou acima das expectativas do mercado, de 32,9 milhões de hectares, e bem acima dos 30,96 milhões de hectares cultivados na temporada 2013/14.

“Com esse forte aumento da área plantada, o mercado interpreta isso como a possibilidade de uma grande safra nos Estados Unidos, e, portanto, um viés de baixa para o final do ano, a partir do mês de outubro, no caso da consolidação dessa safra”, acredita França. Assim, o potencial de alta dos vencimentos mais distantes ficou limitado nessa sessão, com ganhos mais tímidos para essas posições.

No entanto, o analista afirma ainda da necessidade de se acompanhar também o desenvolvimento do mercado climático nesses próximos meses. “Nós teremos um mercado de clima muito forte, já a partir dos meses de abril e maio, e certamente teremos boas oportunidades de negócio (…) A sensibilidade tanto da soja quanto do milho aumentaram muito por conta das perdas no Brasil”, explicou o consultor.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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