Os contratos futuros da soja voltaram a subir nesta quinta-feira (6) na Bolsa de Chicago e, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os ganhos dos mais negociados variavam de 3,50 a 5,25 pontos.

O mercado se volta, novamente, a seus fundamentos e trabalha no campo positivo, e, segundo analistas, mantém sua tendência de alta e seu foco em procurar um nível de preços que possa reduzir o interesse da demanda pelo produto norte-americano, o qual já é bastante escasso.

O volume de soja vendido pelos EUA já chega a 43,5 milhões de toneladas, os embarques totalizam 36,9 milhões, no entanto, a última projeção do USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é de 41,1 milhões de toneladas.

Nesta quinta-feira, o departamento atualiza seus números de exportações semanais e esse indicativo de 43,5 milhões de toneladas poderá aumentar ainda mais. Frente, principalmente, a esses números, o mercado mantém sua tendência de alta, segundo explicam analistas.

Paralelamente, há ainda os problemas com a safra da América do Sul. No Brasil, em algumas regiões as perdas foram causadas pela seca bastante severa inciada em dezembro de 2013 e que se estendeu até meados de 2014. Já no Mato Grosso, por outro lado, os produtores sofrem com o excesso de chuvas, áreas alagadas e o atraso no processo de colheita, que já prejudica a qualidade dos grãos.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja fecha o dia no misto, mas mantém tendência de alta

Na sessão regular desta quarta-feira (5), a soja encerrou os negócios em campo misto na Bolsa de Chicago. Os vencimentos maio e julho/14 recuaram 2,50 e 1,25 ponto, respectivamente, enquanto o agosto/14 fechou o dia subindo 1 ponto. O mercado chegou a registrar algumas perdas mais acentuadas durante o pregão, porém, se manteve sem oscilações muito expressivas, caminhando de lado.

Além dessas ligeiras realizações de lucros, que, segundo analistas, são baixas pontuais, o mercado também foi pressionado pela notícia a China teria feito o movimento de washout (troca de origens) de 245 mil toneladas de soja comprada nos EUA.

Os boatos de washouts começaram a pesar sobre as cotações ainda pela manhã de hoje, porém, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) só confirmou-os há pouco, depois que exportadores privados reportaram as notícias ao órgão.

Outro fator que pressiona o mercado da soja em grão também é a baixa registrada nos contratos futuros do farelo. As posições do subproduto também passam por uma correção técnica, têm uma ligeira volatilidade e acabam pressionando os preços no pregão de hoje.

A confirmação dessa notícia do washout, no entanto, não deve trazer um grande impacto ao mercado, de acordo com os analistas. Como explicou Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o volume confirmado para essa troca de origens é “insignificante” frente à escassez de soja vivida nos Estados Unidos.

Até o final do ano safra, os EUA teriam somente mais 5 milhões de toneladas da oleaginosa para embarcar, haja vista que o volume de produto embarcado no acumulado da temporada já é de 36,9 milhões de toneladas frente a uma projeção de exportações do USDA de 41,1 milhões de toneladas. O total corresponde, portanto, a 90% das vendas dos Estados Unidos.

Além disso, já mais de 43 milhões de toneladas de soja comprometidas, o que agrava ainda mais a situação, já que, caso não sejam confirmados mais washouts, os estoques norte-americanos que já estão apertados poderão se ajustar ainda mais e ficar abaixo de 3,4 milhões de toneladas (125 milhões de toneladas), número considerado um nível de segurança.

Assim, ainda de acordo com Brandalizze, o mercado precisaria de uma série de movimentos como esse, que caracterizariam a transferência da demanda para a América do Sul, para causar um impacto mais expressivo sobre os negócios na Bolsa de Chicago. O volume a sofrer essa troca de origem que é esperado pelos norte-americanos seria próximo de 2 milhões de toneladas para manter os estoques em níveis não tão preocupantes.

Diante disso, e das preocupações com a safra da América do Sul que vem sofrendo por conta de condições climáticas adversas, o mercado e os investidores agora buscam um patamar de preço que possa restringir o apetite, ainda muito voraz, da demanda pela soja norte-americana.

“O mercado ainda não encontrou esses número que possa paralisar as vendas americanas, e ele está esperando novas informações dessas vendas para se movimentar. (…) Esse é um mercado extremamente firme”, diz Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.

Assim, há firmeza também no mercado físico brasileiro. Os produtores esperam por uma melhor definição do cenário, principalmente sobre a safra sulamericana e, por consequência, também de melhores oportunidades de comercialização, e seguram sua soja, evitando vendas e uma maior pressão de oferta. Assim, no Porto de Paranguá a soja fechou o dia valendo R$ 72,50 por saca e, no de Rio Grande, R$ 74,50. Em Não-Me-Toque/RS, o valor subiu 1,53% e ficou em R$ 66,50/sc, enquanto o aumento em Londrina/PR foi de 0,78% com o valor chegando a R$ 64,50.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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