Nesta quinta-feira (3), a soja registrou uma sessão de volatilidade na Bolsa de Chicago, porém, conseguiu recuperar as altas e fechou com bons ganhos o pregão regular, principalmente nos vencimentos mais próximos. Os contratos maio e julho/14 terminaram o dia com alta de 13 pontos, sendo cotados, respectivamente, a US$ 14,75 e US$ 14,54 por bushel. Nos demais contratos, altas de 3,50 a 9 pontos.

A escassez de soja nos Estados Unidos aliada à uma demanda mundial, principalmente por parte da China, que não dá sinais de aquecimento criam o quadro de fundamentos que vem dando intenso suporte às cotações da oleaginosa no mercado internacional. Somente no acumulado deste ano, os preços da soja já registram uma valorização de 13%.

USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou, nesta quinta, que as exportações de soja dos EUA na semana que terminou no dia 27 de março ficaram em 66,2 mil toneladas, contra 11,9 mil da semana anterior. No acumulado da temporada, as vendas norte-americanas superam as 44 milhões de toneladas.

“O relatório do USDA veio positivo, ele mostrou novas vendas americanas, não mostra cancelamentos (…) As exportações no acumulado do ano estão quase 3 milhões de toneladas acima do que o USDA projetou em março. O número está bem apertado e indica que o número dos estoques dos EUA devem chegar próximo de zero, obrigando as importações de muita soja por parte dos americanos”, diz Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Frente a isso, o consultor de mercado acredita que para resolver o quadro de oferta e demanda, eles teriam que aumentar as importações no mercado da América do Sul – Brasil e Argentina – ou recomprar essas posições que ainda não foram embarcadas para equalizar o quadro. Mas, como os embarques estão muito acelerados, talvez não haja tempo para recomprar esses volumes.

A tendência para o contrato maio/14 no curto prazo, portanto, ainda de acordo com Brandalizze, deve buscar novos patamares de altas, mirando os US$ 15 por bushel, uma vez que conseguiu se consolidar acima dos US$ 14,60, que era a antiga resistência do mercado.

Entretanto, a volatilidade deve continuar permeando os negócios para os grãos na Bolsa de Chicago, já que os investidores aguardam por um novo relatório de oferta e demanda que será reportado pelo USDA no dia 9 de abril. Os dados mais esperados são sobre os estoques, exportações e importações.

Já mais adiante, os preços deverão ser cada vez mais influenciados pelo desenvolvimento do clima e dos trabalhos de campo da nova safra norte-americana, 2014/15. As expectativas iniciais são de que os produtores norte-americanos cultivem 2 milhões de hectares a mais em relação à temporada anterior e com uma safra, portanto, significativamente maior do que a do ano anterior.

A primavera nos Estados Unidos começou com condições não muito favoráveis para o plantio, já que o inverno parece se alongar no país, com temperaturas baixas e abaixo da média para o período, e até mesmo a presença de neve em algumas das principais regiões produtoras do Corn Belt.
Isso já tem causado um leve atraso na semeadura, porém, a tecnologia empregada pelos produtores americanos permite que o plantio se desenvolva em um ritmo bem acelerado assim que o tempo se firmar e compensa os dias de clima desfavorável, segundo explicou o consultor. Para os próximos dias, já há indicativos de uma melhora climática, mas ainda sem garantias de que melhores condições deverão se estender e garantir esse quadro positivo.

“Esse ano o clima está mais duro, o inverno foi bem rigoroso, há indicativos de que o verão será mais quente, então tudo mudo. O mercado, passado esse momento do USDA, deve começar a observar as condições climáticas”, acredita Brandalizze.

Milho: Com foco no clima nos EUA, preços fecham em alta em Chicago

Por Fernanda Custódio

Após uma sessão volátil, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta nesta quinta-feira. As principais posições da commodity conseguiram se sustentar acima do patamar de US$ 5,00 por bushel e terminaram o dia com ganhos entre 4,25 e 4,50 pontos. O vencimento maio/14 subiu 0,85% e encerrou o pregão negociado a US$ 5,00 por bushel.

As especulações sobre o clima nos Estados Unidos começam a ganhar força no mercado internacional, fator que deu suporte aos preços futuros nesta quinta-feira. As previsões climáticas indicando chuvas em algumas partes do cinturão produtor norte-americano, se confirmadas, podem atrasar o preparo do solo para o início da semeadura da temporada 2014/15 no país.

O analista de mercado, Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria, já está se configurando um atraso no plantio do milho nos EUA. “Agora, a questão climática vai ganhar a atenção do mercado, mais até do que os números de oferta e demanda. Será importante acompanhar os números de evolução do plantio”, diz.

Além disso, os fundamentos continuam positivos no mercado de milho e as exportações norte-americanas de milho permanecem aquecidas. Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que as exportações semanais da safra 2013/14 somaram 960.600 toneladas, até a semana encerrada em 27 de março, contra 1.408.300 toneladas anunciadas na semana anterior.

Já em relação à média das últimas quatro semanas, o número representa uma diminuição de 12%. Para a safra 2013/14, o principal comprador do grão foi o Japão com 236.500 toneladas. Em contrapartida, para a safra 2014/15, o dado apresentou um aumento e passou de 28.400 toneladas para 37.900 toneladas.

Ainda de acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, as cotações do cereal já registraram uma valorização de 17% desde o início do ano. As altas são decorrentes, principalmente, das especulações sobre possíveis conflitos na região da Crimeia, entre a Ucrânia e a Rússia e também com a expectativa de redução no plantio da safra 2014/15 norte-americana.

BMF&Bovespa

As cotações futuras do milho negociada na BMF&Bovespa trabalham em campo misto nesta quinta-feira, após dois dias de alta nos contratos. Segundo analistas, a valorização da moeda norte-americana e a situação da produção brasileira, tanto da primeira safra que foi severamente afetada pela ausência de chuvas em importantes regiões produtoras, como a safrinha.

Frente a essas incertezas, os produtores brasileiros têm adotado uma postura mais cautelosa na comercialização do milho. No momento, os agricultores estão voltados com a atenção para a comercialização da soja, assim como, a logística. Já no mercado interno, as cotações seguem estáveis e a perspectiva para os próximos dias ainda é de estabilidade nos preços.

A saca do milho é negociada a R$ 32,00 em Campinas (SP) CIF, valor estável. Já em Cascavel (PR), o valor é de R$ 26,50, em Jataí (GO), a saca é comercializada a R$ 25,00. No MT, em Rondonópolis, o valor é de R$ 24,00, enquanto que, em Uberlândia (MG), o valor de venda é de R$ 27,00.

 

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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