O mercado da soja volta a recuar na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (17) após o forte avanço das cotações dos principais vencimentos na sessão anterior. Por volta das 8h (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 4,25 e 4,75 pontos.
Para alguns analistas, a volatilidade que segue presente nos negócios faz com que os preços exibam um ligeiro movimento de correção técnica e realização de lucros. No entanto, analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, o recuo da soja se dá em com previsões de chuvas para o Brasil e para a Argentina, aliviando a situação de seca em algumas regiões produtoras.
De acordo com informações do instituto MDA Information Systems LLC, as chuvas deverão voltar à Argetina no final da semana para áreas que vêm sofrendo com a estiagem, reestabelecendo os níveis de umidade do solo. No Brasil, as precipitações contribuem para a umidade nas regiões centro-norte e nordeste.
“Se realmente houver chuva, as preocupações iniciais trazidas pelas previsões anteriores d condições de clima muito quente e seco deverão ser aliviadas, o que reforça as projeções de safras recorde na América do Sul, cenário que pesa sobre os preços”, disse à Bloomberg uma analista internacional.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (16):
Com altos embarques nos EUA, soja fecha com altas de dois dígitos
Os números dos embarques semanais de soja dos Estados Unidos divulgados nesta segunda-feira (16) pelo usda/”>USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deram uma nova força ao mercado e os vencimentos mais negociados da Bolsa de Chicago encerraram o dia com altas de dois dígitos.
Na semana que terminou no dia 12 de dezembro, os embarques de soja totalizaram 1.701,71 milhão de toneladas, ficando bem acima das expectativas do mercado que variavam entre 1,36 milhão e 1,63 milhão de toneladas. O volume foi maior ainda do que o da semana anterior de 1644,64 milhão e do registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas 1.212,4 milhão de toneladas. No acumulado do ano safra, os embarques já somam 20.844,17 milhões de toneladas, contra 19.013,32 milhões da temporada anterior.
Os números confirmam a demanda mundial muito agressiva pelo produto norte-americano nesse momento em que os Estados Unidos são, praticamente, a única origem com soja disponível. Do total projetado da commodity para ser exportado pelos EUA pelo USDA – 40,14 milhões de toneladas – mais de 98% já está comprometido, como explicou João Schaffer, analista de mercado da Agrinvest. Esse cenário acontece em um momento em que os estoques norte-americanos se encontram, mais uma vez, em níveis críticos.
Assim, os positivos fundamentos voltam ao foco do investidores, deixando de lado a volatilidade causada pelas realizações de lucros do final de ano e das incertezas sobre o desenvolvimento das lavouras na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina. Paralelamente, o mercado observa ainda o andamento do quadro financeiro e as expectativas para o futuro da economia norte-americana com os estímulos sendo decididos pelo Federal Reserve (banco central norte-americano) em uma reunião que se inicia nesta terça-feira (17).
“Na soja, mesmo com grandes produções, a demanda faz seu trabalho e é isso que está acontecendo, principalmente nos Estados Unidos nesse momento. Houve uma grande safra, mas os EUA venderam bastante (…) Embora não tenha embarcado ainda, mas as vendas de exportação já foram bem avançadas, e fica mais difícil para a demanda comprar até mesmo no mercado interno americano”, explica o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte.
Milho – Na contramão da soja, os futuros do milho encerraram os negócios em baixa na CBOT. O mercado foi pressionado pelo baixo desempenho dos embarques semanais norte-americanos e também de uma possível rejeição de um novo carregamento do cereal dos EUA pela China. Os embarques ficarm em 636,99 mil toneladas contra 1.027,77 milhão de toneladas da semana anterior. As projeções do mercado, no entanto, variavam de 840 mil a 970 mil toneladas.