Em Chicago, os contratos futuros da soja voltam-se aos seus fundamentos, novamente, e operam em campo positivo na manhã desta quarta-feira (22). No pregão eletrônico, as altas dos principais vencimentos variavam entre 3,25 e 5 pontos.

O mercado se recupera das baixas de mais de 30 pontos registradas ontem, na sessão regular, quando uma forte realização de lucros, estimulada também por uma melhora no clima da América do Sul.

Apesar de analistas acreditarem que janeiro será um mês de preços mais fracos, as quedas significativas são momentâneas, uma vez que os fundamentos, principalmente os que se referem à demanda, permanecem oferecendo sustentação ao mercado.

“O mercado está extremamente demandado (…) Quem puder esperar para vender terá preços melhores lá na frente”, afirma Liones Severo, consultor de mercado do SIMConsult.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja recua em Chicago, mas alta do dólar limita perdas no Brasil

Na sessão regular desta terça-feira (21), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam com mais de 30 pontos de queda. O contrato março/14, o mais negociado nesse momento, deixou a casa dos US$ 13 por bushel.

No mercado interno, os preços também exibiram um ligeiro recuo e, no Porto de Rio Grande, a soja valia R$ 68,20/saca, recuando cerca de R$ 1,00 e com um prêmio de -15 centavos de dólar sobre os preços praticados em Chicago. Em Cascavel e Campo Mourão, no oeste do Paraná, o valor caiu 0,81% para R$ 61,50.

A combinação de preços mais baixos na CBOT e de prêmios negativos pesou sobre as cotações no Brasil, no entanto, a alta do dólar limitou as perdas. Nesta terça, a moeda norte-americana subiu 1% e fechou R$ 2,3615 na venda. O avanço, de acordo com a agência Reuters, é reflexo de especulações de que o Federal Reserve (banco central norte-americano) possa reduzir seu programa de compra de títulos em mais US$ 10 bilhões no final do mês.

“Janeiro é um mês de preços fracos. Há um roteiro forte no final do mês chamado de february break – a quebra de feverereiro – que, geralmente, acontece no final de janeiro e que antigamente acontecia em fevereiro. Essa é uma equação normal”, explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult.

Além disso, Severo explica ainda sobre a rapidez do movimento dos financeiros nesse mercado, os quais promovem as baixas em uma velocidade três vezes maior do que o fluxo da mercadoria. Com isso, a soja registrou o menor patamar de preços em duas semanas.

Também pressionando o mercado, de acordo com o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, há perspectivas de uma melhora no clima da América do Sul. Há chuvas em importantes regiões produtoras da Argentina, as quais podem melhoras as condições das lavouras do país.

No Brasil, em linhas gerais, as plantações se desenvolvem de forma satisfatória e o início da colheita caminha bem, apesar de alguns problemas e perdas pontuais.  “Esse é um movimento normal de início de colheita”, diz Fernandes.

A forte queda e um movimento de recuo dos preços que possa se estender, segundo os consultores, é momentâneo e não é motivo para causar desconforto entre os produtores. Segundo explicou Severo, a próxima etapa, passando esse janeiro de preços mais fracos, é de uma recuperação das cotações e isso sim deve tomar a atenção dos sojicultores.

A demanda ainda é o principal fator de suporte para os preços. “O mercado está extremamente demandado (…) Quem puder esperar para vender terá preços melhores lá na frente”, afirma Severo.

O consultor do SIMConsult diz ainda que nem mesmo a proximidade do ano novo chinês, que começa em 31 de janeiro e tem um feriado de cerca de 15 dias, não deverá pressionar os preços. Severo explica que as negociações continuam e não poderiam parar já que os chineses precisam comprar ao menos quatro navios de soja por dia. “Eles não podem abdicar disso. São 150 mil navios por ano, você pode fazer a média que dá quatro navios por dia”.

De acordo com o boletim de inspeções semanais divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques norte-americanos de soja da safra 2013/14 já somam, até o momento, 28.329,34 milhões de toneladas. O total projetado pelo departamento é de 40,69 milhões de toneladas e já foi batido, com mais de 41 milhões de toneladas da commodity dos EUA já comprometida para vendas externas.

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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