A perspectiva de preços firmes para milho no médio e longo prazo pode deixar ainda mais lenta a comercialização do cereal no mercado doméstico. Produtores já adotam a estratégia de limitar o volume ofertado, o que funciona tanto para sustentar as cotações durante o período de colheita quanto para garantir remuneração maior mais adiante. E com a sinalização de que a produção brasileira deste ano será pelo menos 3 milhões de toneladas menor e a demanda pelo produto brasileiro, firme, conforme projeções da Scot Consultoria, a tendência é de que os preços internos sigam trajetória altista até o início de 2015.
Consultor da Scot, Rafael Ribeiro afirmou ontem que, além da safra menor no País, há uma sinalização de aumento da demanda mundial pelo cereal. “O Brasil deve ocupar espaço na exportação global, já que haverá queda na oferta na safra 2014/15 dos Estados Unidos, com a baixa de 4% na área plantada”, afirmou durante o Encontro de Confinamento, em Ribeirão Preto (SP). O consultor ainda estimou que as exportações brasileiras devem ficar entre 21 milhões e 22 milhões de toneladas de milho, ante 26,17 milhões de toneladas embarcadas em 2013. Já os estoques em 2014 devem ficar entre 8 milhões e 9 milhões de t, o que é considerado baixo e poderá dar sustentação aos preços.
Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), a comercialização da safra de milho verão alcança 35% da produção, evolução de apenas 2 pontos porcentuais em uma semana. Já a venda antecipada da safrinha está estagnada em 2% da produção. A colheita verão alcançava 91% da área, em dados fechados na terça-feira, evolução de 4 pontos porcentuais.
Corretor de Ponta Grossa afirmou que compradores indicavam R$ 27/saca para milho disponível na região, ante compradores a R$ 28/saca. Lotes reduzidos foram acordados a R$ 27/saca posto fábrica, segundo a fonte. No Porto de Paranaguá não havia referência nem para produto disponível nem para embarque futuro.
Em Rondonópolis (MT), comprador sinalizava R$ 22/saca no spot, atraindo alguns vendedores, afirmou Ariel Encide, da Diversa. O negócio mais recente saiu na quarta-feira da semana passada (16), quando comerciante arrematou 300 toneladas a R$ 22,50/saca em Campo Verde. Para safrinha, a indicação de compra era R$ 20/saca para embarque em agosto e pagamento em setembro. Ontem, 14 mil toneladas rodaram a R$ 20/saca para comerciante da região. De acordo com o corretor, as lavouras de segunda safra estão irregulares, reflexo do excesso de chuvas durante o plantio. Em Lucas do Rio Verde e em Sorriso, a indicação era R$ 15/saca para agosto e setembro.
O indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou o dia cotado a R$ 31,33 a saca de 60 quilos (-0,73%). Em dólar, o índice ficou em US$ 14,09 (+0,14%). A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,2230 (-0,85%).
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO
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Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva, impulsionados pelo clima frio nos Estados Unidos, que pode atrasar ainda mais a implantação das lavouras. O contrato julho, atualmente o mais negociado, avançou 7,50 cents (1,49%), e fechou a US$ 5,0950 por bushel.
A previsão de chuvas em partes do cinturão do milho para esta quinta e sexta-feira e novas precipitações intensas na semana que vem poderão atrasar ainda mais a semeadura do milho, disse o Commodity Weather Group em comunicado divulgado nesta quarta-feira. Cerca de 6% da área estimada para o cereal nos Estados Unidos estava semeada até o último domingo, abaixo da média de 14% dos últimos cinco anos, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).
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Fonte Cepea/Agencia Estado