O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, disse nesta quinta-feira (24) que não há motivos para restrições ou embargos comerciais à carne bovina de Mato Grosso e do Brasil, em função de uma suspeita de mal da vaca louca em um bovino do Estado. A investigação do caso provável de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) foi confirmada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esta tarde.

Amostras de material encefálico do animal doente foram encaminhadas para o laboratório de referência internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra. A expectativa é que o resultado saia na próxima semana.

“Não acredito em perdas de mercado, até porque este animal era de idade avançada. Esperamos pelos resultados”, disse Prado ao Agrodebate após reunião do Fundo de Emergência de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa), em Cuiabá.

É vida normal, não existem restrições”
Rui Prado, presidente da Famato

De acordo com o dirigente, o animal que apresentou os sintomas saiu de uma propriedade rural em Porto Esperidião, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Bolívia, e seguiu para abate em um frigorífico de São José dos Quatro Marcos, distante a 343 quilômetros de Cuiabá, em 19 de março deste ano. Ele tinha 12 anos.

No estabelecimento um fiscal do Ministério da Agricultura notou que o ruminante não conseguia ficar de pé, um dos sintomas da doença. A vaca foi abatida e incinerada.

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“Existe uma suspeita de distúrbio neurológico e é importante aguardar os resultados dos exames. Todas as questões sanitárias que precisavam ser tomadas já foram feitas”, afirmou ainda Rui Prado, em referência à identificação da propriedade rural, e dos animais criados com o bovino.

“Estamos em fase de espera e tudo que se falar agora sobre a doença seria especulação”, considerou o presidente da Famato. A reunião do Fundo de Saúde Animal mato-grossense reuniu representantes do Mapa, do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), e do próprio Fesa. Nenhum representante dos órgãos estadual e federal quis, no entanto, comentar o caso.

Reflexos de um caso antigo
A identificação da ocorrência de caso não clássico da doença em um animal no Paraná, em 2010, e confirmado no ano passado, resultou em embargos à carne bovina brasileira. Pelo menos 12 países decidiram barrar a entrada da proteína animal.

O que é vaca louca?
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos. De acordo com o Mapa, a doença possui longo período de incubação (média de 5 anos), sendo caracterizada clinicamente por nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção. A EEB é uma das doenças do grupo das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis – (EET)  pode afetar o ser humano e todos os animais ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos).

“Normalmente, a contaminação ocorre quando o bovino ingere alimentos de origem animal, como farinhas de carnes e ossos”, explica o médido veterinário e vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Guilherme Nolasco. Segundo ele, os principais sintomas da doença são a dificuldade de locomoção, olhos arregalados, salivação e falta de coordenação. “Não há tratamento para o mal da vaca loca. O animal precisa ser sacrificado”.

Por que o caso é atípico?
Na ocorrência investigada em Mato Grosso, o Mapa classificou o episódio como atípico, já que o animal era criado exclusivamente no sistema extensivo, ou seja, pasto e ração mineral.

 

Fonte G1

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