Apesar da persistência dos fundamentos ainda muito positivos no mercado internacional da soja, os futuros da oleaginosa voltaram a recuar na Bolsa de Chicago nesta terça-feira. O mercado, entretanto, opera com volatilidade.

O mercado ainda sente a falta de novidades que possam estimular movimentos mais expressivos das cotações, segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. Além disso, disse ainda que, depois do expressivo avanço registrado na sessão anterior, os fundos aproveitaram para realizar parte de seus lucros, garantindo resultados positivos  para apresentar aos seus investidores nesse final de ano.

Para Mário Mariano, outro fator que acentua a volatilidade do mercado nesse momento são as fortes especulações, tanto sobre a demanda quanto sobre a oferta. “O cenário de demanda persiste. Os chineses continuaram a buscar produto americano, o relatório de embarques também trouxe um número bem maior com um aumento de 40% de uma semana para outra. Isso mostra que há uma eficiência de venda dos americanos, especialmente para os chineses. Essa demanda eleva os preços no curto prazo, mas posteriormente acaba sentindo o efeito de alguns cancelamentos dos próprios chineses”.

Esses “cancelamentos”, como explicou Mariano, são, na verdade, substituições de origem, já que no curto prazo foram registrados recuos nos prêmios para os produtos brasileiro e argentino para exportações entre março e maio. Paralelamente, a continuidade do mercado em alta estimula também um aumento das vendas por parte dos produtores brasileiros e argentinos.

O bom desenvolvimento das lavouras na América do Sul também são um fator de limitação para as alta da soja na Bolsa de Chicago, bem como as boas condições de clima e as previsões climáticas indicando dias favoráveis para a produção mais adiante.

De acordo com informações do instituto MDA Information Systems LLC à agência internacional Bloomberg, as chuvas deverão voltar à Argetina no final da semana para áreas que vêm sofrendo com a estiagem, reestabelecendo os níveis de umidade do solo. No Brasil, as precipitações contribuem para a umidade nas regiões centro-norte e nordeste.

“Se realmente houver chuva, as preocupações iniciais trazidas pelas previsões anteriores d condições de clima muito quente e seco deverão ser aliviadas, o que reforça as projeções de safras recorde na América do Sul, cenário que pesa sobre os preços”, disse à Bloomberg uma analista internacional.

Encerrando 2013, Mariano acredita que a motivação dos fundos para manterem suas posições compradas no longo prazo e obterem bons resultados é a manutenção de alta dos preços em torno de US$ 13,50 para o vencimento março. “Já no próximo ano, a oferta predominantemente latino-americana poderá exercer uma pressão de baixa no curto prazo”, acredita o analista.

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Mário Mariano

>> Mário Mariano – Mercado de Grãos

Fonte: Notícias Agrícolas // 

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