A semana começa com o mercado internacional da soja operando em alta. Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago estendem os ganhos registrados na última sessão e, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os ganhos das posições mais negociadas eram de 3,75 e 8 pontos nesta segunda-feira (2). No mesmo momento, milho e trigo também trabalhavam em campo positivo.

A soja ainda encontra suporte e força para continuar avançando nos estoques norte-americanos bastante escassos, as exportações bastante aceleradas e os excedentes exportáveis dos EUA cada vez mais ajustados. Até o momento, das 39,5 milhões de toneladas projetadas pelo USDA (Departamrnto de Agricultura dos Estados Unidos) para serem exportadas, 37 milhões já estão comprometidas.

“Vai faltar soja nos EUA com certeza e será pior do que o ano passado. Naturalmente, os preços devem subir, o futuro da escassez está próximo. Até o final de dezembro o país já terá vendido tudo e não terão como suprir o mundo, especialmente, nesse intervalo até a chegada da produção sulamericana no mercado. Vamos ter um mercado com bons preços para a próxima safra brasileira e o produtor terá oportunidade para antecipar vendas para 2015”, explica Liones Severo, consultor do SIM Consult.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (29):

Soja: Com demanda firme, mercado fecha a semana em alta

Nesta sexta-feira (29), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam do lado positivo da tabela, depois do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, comemorado nesta quinta (28). As principais posições da commodity registraram ganhos entre 5,00 e 16,75 pontos. O vencimento janeiro/14 terminou o pregão cotado a US$ 13,36/ bushel.

Na visão do consultor do SIMConsult, Liones Severo, a firmeza nos preços já era prevista, uma vez que os excedentes exportáveis dos EUA estão se esgotando rapidamente. Até o momento, o país já comprometeu 37 milhões de toneladas das 39,5 milhões de toneladas previstas para as exportações.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que as exportações norte-americanas ficaram em 1.405,9 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 21 de novembro. Na semana anterior, o volume foi de 1.376,4 milhão de toneladas. A China foi o principal comprador do produto dos EUA.

O órgão norte-americano também reportou nesta sexta, a venda de 110 mil toneladas de soja em grão aos chineses. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. E com esse ritmo acelerado de vendas, o consultor destaca que, antes da entrada da safra da brasileira no mercado, o país não terá mais produto disponível para cobrir as vendas feitas para a China.

“Vai faltar soja nos EUA com certeza e será pior do que o ano passado. Naturalmente, os preços devem subir, o futuro da escassez está próximo. Até o final de dezembro o país já terá vendido tudo e não terão como suprir o mundo, especialmente, nesse intervalo até a chegada da produção sulamericana no mercado. Vamos ter um mercado com bons preços para a próxima safra brasileira e o produtor terá oportunidade para antecipar vendas para 2015”, explica Severo.

O consultor ainda destaca que os preços alcançaram R$ 71,00 a saca no Porto de Rio Grande, para a safra nova. Em relação à China, Severo destaca que, o país deve continuar comprando soja e também milho. E, apesar das projeções indicando para uma produção cheia na América do Sul, não será suficiente para atender a demanda.

Ainda de acordo com o consultor, o Brasil precisaria produzir, no mínimo, 90 milhões de toneladas. “Os EUA não irá conseguir atender outros mercados que não sejam a China e o Brasil terá que atender esses outros mercados. Podemos esperar preços mais altos, o mundo está carente de produtos e a única maneira de resolver a escassez é através do preço. E dentro dessas circunstâncias, o mercado indica que os preços de escassez são de US$ 15 ou US$ 16/bushel”, ressalta.

Diante desse cenário, a tendência é de preços mais firmes para a soja, consequentemente, os produtores brasileiros terão boas oportunidades para negociar a safra.

Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

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