Desejada e necessária, a chuva também pode trazer prejuízos quando acumulada. É o que alguns produtores mato-grossenses estão sentindo no bolso e no dia a dia. O produtor de Sorriso, Leandro Gazola, estima que do total da área plantada, 20% será perdida. “Dos 7.050 hectares vou colher só 80%, tivemos muita chuva nos últimos dias que dificultaram a colheita”, faz as contas.

Apesar de a colheita ainda estar adianta (47,3%) em relação à safra anterior, há grande quantidade de soja para ser retirada em um mesmo período. Esse volume acumulado é resultado de uma concentração de semeadura, por conta de falta de umidade no plantio. “Mais de 45% da área foi semeada em um período de 15 dias, atingindo a maturação em meados de fevereiro a início de março”, explica Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja.

Com as muitas chuvas nos últimos dias problemas em cadeia estão atrapalhando os produtores. Primeiro que não é possível retirar a soja da lavoura em ocasião dos terrenos encharcados que dificultam a operação dos maquinários. Consequentemente, o grão pronto para ser colhido perde qualidade em unidade e outros problemas. “O tempo para retirar a soja da lavoura é de em média sete dias após a aplicação do dessecante”, lembra o diretor técnico. Já quando a chuva dá uma trégua, a colheita é intensificada para tentar assegurar a qualidade do grão, ocasionando problemas de logística com muitos caminhões nas estradas e filas nos armazéns.

A logística caótica do estado e o déficit em capacidade de armazenamento, em algumas regiões, aumentam as perdas, como explica o delegado da Aprosoja em Água Boa, Cesar Giacomolli. “Os armazéns não estão dando conta de secar a soja devido ao grande volume recebido simultaneamente e a capacidade de armazenagem aqui no município é para 2,5 milhões de sacas e devemos colher 7 milhões.”

As regiões que estão sentindo mais a presença da chuva são a Norte e a Oeste que estão colhendo a soja de ciclo tardio. Segundo relatos dos produtores, a soja avariada está em 10 a 15%, sendo que o permitido pelas receptoras é de até 8%. Já a umidade da soja colhida está em 20 a 25%, com o permitido até 14%. A diferença entre essas porcentagens é descontada do produtor.

Já nas regiões Sul e Leste, por enquanto, há o registro de dificuldade em colher, mas caso a chuva continue após a semana que vem, haverá perdas.

Previsões – De acordo com a Somar Meteorologia, os maiores volumes de chuvas dos próximos 20 dias devem se concentrar entre os dias 2 e 6 de março, principalmente nas regiões médio-norte, centro-sul e oeste de Mato Grosso. Em Sinop e Campo Novo são esperados 149 mm de chuvas entre o dia 24 de fevereiro e o dia 14 de março, destes, 54% e 56%, respectivamente, devem ocorrer apenas entre os dias 2 e 6/03. Rondonópolis, município da região sudeste do Estado, deve receber menores volumes de chuvas, mas também concentradas durante os dias de carnaval, correspondentes a 68% do esperado no período possibilitando colher de duas a três horas.

Fonte: Aprosoja

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